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Ciclones pioram

Mario Eugenio Saturno (https://www.facebook.com/Mario.Eugenio.Saturno/ ) é Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e congregado mariano

No último dia 28 de julho, uma ventania derrubou um coqueiro sobre as linhas elétricas aéreas próximas de minha casa em São Sebastião (SP) e, pela primeira vez na minha vida, experimentei o que é ficar sem energia elétrica por 18 horas, das 9h da manhã até às 3h da madrugada. Uma situação horrível e que dois milhões de paulistanos sofreram em outubro do ano passado. Isso mostra que nossas companhias de eletricidade continuam sem a competência necessária para enfrentar o problema, bem como dos nossos deputados em fiscalizar e tomar providências.

Há quase cinquenta anos, ouço cientistas preverem o aumento e agravamento dos desastres ambientais por causa do aquecimento global, como os ciclones extratropicais. Uns dias atrás, foi divulgado o Primeiro Relatório Bienal de Transparência do Brasil à Convenção do Clima, que aponta 14 ameaças climáticas analisadas para as cinco macrorregiões brasileiras diante de cenários de aquecimento médio global de 1,5°C e 2°C.

Uma primeira e drástica conclusão é que as metas do Acordo de Paris não são suficientes, mesmo que fossem cumpridas, pois todas as regiões brasileiras continuarão a ter alterações nos padrões climáticos. Já estamos vivendo uma emergência climática e muitos ainda não perceberam.

O estudo aponta tendências de ocorrerem o aumento de temperatura e de ondas de calor em todas as macrorregiões do país. Também aumentarão a chuva anual no Sul e chuva extrema no Norte, Sudeste e Sul.

O estudo aponta ainda o aumento de secas no Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste e de aumento de vento severo nas regiões N, NE, SE e S. E ainda aumento do nível do mar, de sua temperatura, de ondas de calor e de sua acidificação em toda a costa brasileira. E essas tendências climáticas terão efeitos na saúde das pessoas, na agricultura e na biodiversidade.

Uma das ameaças analisadas, mas pouco estudada, envolve o aumento do vento severo. Frequentemente, essa ameaça está associada a outros eventos climáticos, como tempestades severas, frentes frias intensas, ciclones extratropicais. A rede de observação é mais limitada, comparada à chuva e temperatura.

Isso porque os modelos climáticos ainda apresentam dificuldades para representar adequadamente os padrões de vento extremo, aumentando a incerteza das projeções. É um tema que merece mais atenção, especialmente considerando que isso aumenta os riscos à segurança das linhas de transmissão e também da energia eólica, importante fator da transição energética.

O objetivo desse estudo técnico-científico foi apoiar a elaboração e a consequente implementação do Plano Clima Adaptação, para que os responsáveis por setores e temas identificassem os riscos mais prováveis e pudessem priorizar ações e territórios.

Agora, é preciso transformar conhecimento em ação, espera-se que o estudo contribua junto ao público não especialista. Além do negacionismo, enfrenta-se a paralisia pela incerteza, mas mesmo assim decisões precisam ser tomadas com sabedoria para preservar o futuro da nação e da humanidade. É a hora dos políticos agirem.

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