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BASE HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO NO MUNDO I I I

  • Jor. Adelcio Machado dos Santos (MTE/SC nº 4155 - JP) Diretor da Associação Catarinense de Impren - Jor. Adelcio Machado dos Santos (MTE/SC nº 4155 - JP) Diretor da Associação Catarinense de Imprensa (ACI).

Artigo

Com a importação da cultura grega, a literatura helênica tornou-se o principal instrumento de educação. Surgiram as escolas de gramática, mais tarde suplementadas pelas retórica e filosofia. Estas ofereciam meios de cultura mais elevados a quem não podia estudar em Atenas e Alexandria.

No império, as escolas de retórica foram organizadas pelo sistema estatal.

A concepção da cultura retórica é mostrada por Quintiliano, no ano 95 da era cristã, em sua Institutio oratória (Instituição oratória), o mais sistemático tratado de educação do mundo antigo. Para ele, o orador deveria ser a síntese do homem culto, sábio e honrado.

Com o advento da autocracia, que logo descambou para a tirania do império, a retórica deixou de representar uma preparação para a vida. As condições da sociedade não admitiam mais tal tipo de educação.

Os costumes se corromperam e renasceu o paganismo. Nessas circunstâncias históricas surgiu o cristianismo, que trouxe um renovado sopro de vida.

A atitude geral dos cristãos para com a educação tradicional evidenciou-se no protesto contra o edito de Juliano que os proibiu de ensinar nas escolas públicas.

Estabeleceu-se um conflito: enquanto a educação pagã consistia numa ética individualista e orgulhosa, a cristã exaltava a humildade como uma das mais elevadas virtudes e considerava o orgulho um pecado mortal. Para o cristianismo o estado supremo era o êxtase amoroso da contemplação mística de Deus.

 A vida monástica passou a ser vista como ideal cristão. Tais concepções, seguidas por várias gerações, reduziram o valor da cultura clássica, que já na época de São Gregório o Grande, entre 590 e 604, estava superada como meio de educação.

Já o currículo medieval compreendia, no aspecto secular, as sete artes liberais - o trivium (gramática, dialética e retórica) e o quadrivium (geometria, aritmética, música e astronomia) e a filosofia; e no dogmático, as doutrinas da igreja e das escrituras.

A teologia ainda não fora organizada num sistema filosófico, e essa foi a grande obra da Idade Média.

As artes liberais representavam um legado da velha educação romana, e seu escopo era mais amplo do que sugerem seus nomes na modernidade.

A gramática incluía o estudo do conteúdo e da forma literárias; a dialética restringia-se à lógica formal; a retórica compreendia o estudo das leis e dos métodos de composição literária em prosa e verso.

A geometria correspondia ao que se compreende modernamente por geografia, história natural e botânica.

 A aritmética consistia apenas em cálculos práticos exigidos pela vida cotidiana.

A música não passava de um conjunto de regras relativas a canções sacras, teoria do som e conexões entre a harmonia e os números. No campo da filosofia, os livros mais divulgados foram o De consolatione philosophiae (Sobre a consolação da filosofia) e as Categoriae e De interpretatione, de Aristóteles.

No século XI, após várias guerras e invasões, a Europa teve estabilidade política e social. Surgiu nova tradução da Metafísica, de Aristóteles, e no século XIII, versões de suas principais obras, diretamente do grego. A filosofia peripatética pôs-se a serviço da teologia e propiciou o renascimento escolástico no setor educacional.

 

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