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Água!!! Poder público, socorro!!! Prof. Evandro Ricardo Guindani

Prof. Evandro Ricardo Guindani Universidade Federal do Pampa - Unipampa

Durante muitos anos foram promovidas campanhas pela privatização de serviços públicos. Desde os anos 1970, o neoliberalismo, nova versão do capitalismo mundial, por meio de seus ideólogos difundiram a ideologia do “Estado mínimo”. Paralelo a isso, críticas incansáveis aos impostos, à máquina pública. Na mesma esteira se somam críticas aos políticos, à corrupção, colocando toda a culpa dos problemas brasileiros na corrupção, como se fosse apenas um problema do Estado.

Agora, diante de toda essa catástrofe ambiental que ocorre no Rio Grande do Sul, para quem o povo pede socorro? Para o poder público, seja em nível municipal, estadual ou federal. Quem é cobrado por resultados rápidos, água, comida, liberação de recursos? O poder público! Vocês acham que se o Exército, as polícias estaduais, corpo de bombeiros, fossem privatizados, teríamos essa mobilização de milhares de pessoas, dezenas de helicópteros, se deslocando de todo o país para o Rio Grande do Sul?

Não tenho nada contra o setor privado, apenas explico que possuem uma outra dinâmica. Eles precisam receber por cada coisa que fazem e também visam o lucro. Será que uma empresa faria investimentos milionários em medidas contra enchentes, para o futuro? Mesmo que haja privatização de alguns setores, é necessário que essas empresas assumam via legislação muito bem definida, compromissos com o bem público. Claro que gestores públicos eleitos pelo povo deixam a desejar, precisam ser fiscalizados sempre! Água, energia elétrica, saúde, educação, segurança, alimentação, moradia, saneamento básico, meio ambiente, proteção das bacias hidrográficas, são elementos indispensáveis à vida humana. Essas coisas não podem virar mercadoria, não podem ser calculadas em planilhas de investimento e retorno, de custo e lucro...

Esses desastres ambientais que não são naturais, mas sim, resultantes da ação humana ao longo de milhares de anos, servem para nos mostrar a importância de um Estado forte, de impostos, principalmente sobre grandes fortunas. Grandes fortunas que muitas vezes foram geradas com desmatamentos, aplicação de agrotóxicos em centenas de milhares de hectares pelo país afora. Quantos conglomerados empresariais foram responsáveis pela poluição atmosférica, contaminação de rios, geraram empregos, mas também grandes fortunas. Acionistas milionários, vivem apenas de renda. Toda essa desigualdade socioeconômica tem um preço, e quem paga somos todos nós, trabalhadores que vivem do trabalho árduo e diário. E ainda vemos nossas geladeiras, fogões sendo levados pelas enchentes. Algo está errado, e este erro é histórico, de um capitalismo que contribui para concentrar privilégios para alguns e dividir desastres com todos!

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