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HANTAVIROSE - I

Luiz Carlos Soares Golin Marcelo Lago

 

         A Hantavirose foi descrita em 1913  na União Soviética, Córeia e China (vírus Hantaan) e em 1934, na Escandinávia e Leste Europeu (vírus Puumala e Dobrava) como um complexo de doenças infecciosas agudas, caracterizadas por disfunção renal e manifestações hemorrágicas.

                Em 1951 durante a guerra da Coréia, 3.000 soldados das Nações Unidas foram vitimados pela febre hemorrágica com síndrome renal associado ao vírus Hantaan.

                Em 1976 Lee et al, um cientista coreano, isolou o vírus de um roedor Apodemus agrarius às margens do rio Hantaan. No ano seguinte isolou-se o vírus em um ser humano.

                A doença conhecida como Febre Hemorrágica com Síndrome Renal (FHRS) é endêmica na Coréia e China, ocorrendo anualmente centenas de casos, sendo que em 1980 foram diagnosticados 30 mil casos e estima-se que anualmente em todo o mundo ocorram 200 mil casos desta doença.

                O Vírus Sin nombre, o qual hospedeiro é o  Peromyscus maniculatus tem sido responsabilizado por todos os casos de Síndrome Pulmonar por Hantavírus no sudoeste dos Estados Unidos desde 1993.

                Em dezembro de 1993 no município de Juquitiba ? SP foi descrito a ocorrência dos três primeiros casos de SPH no Brasil ? Vírus Juquitiba associado provavelmente ao Rato do Mato (Akodon cursor) e o Ratinho do Arroz (Oligoryzomis nigripis).

                No Brasil entre 1993  até outubro de 2003 (05/12/2003) foram confirmados 322 casos.  O Estado de Santa Catarina registrou seu primeiro caso em 1999 e até 05/12/2003 acumula 43 casos com 9 óbitos.

                Os seguintes fatores, até o momento explicam o aparecimento de surtos ou de casos isolados da doença:

-          Perfil agrícola: na maioria dos casos do RS ? SC ? Argentina, envolvendo lavouras de milho / matas próximas.

-          Construção de Paióis ou outros anexos que permitam a entrada dos roedores e acesso direto a ração estocada ou grãos.

-          Manejo da lavoura do milho, tanto no uso do ?plantio direto?, como na manutenção de parte da colheita (espigas ou sacos de milho debulhado) durante a noite no local do plantio, o que permite o acesso dos roedores silvestres que depositam suas excretas no milho.

-          Desequilíbrios ecológicos importantes, onde o desmatamento associado a quase extinção dos predadores naturais (cobras, gaviões, corujas, lagartos, etc.), associadas ao aumento da população de roedores e invasão das residências e anexos na zona rural quando esgota-se o alimento fornecido, seja na mata ou nas lavouras.

-          Ocorrência do fenômeno conhecido como ?ratada?, que seria o aumento da população de roedores devido a maior oferta de alimentos naturais, devido a floração e frutificação cíclicas de determinadas taquaras da Mata Atlântica ? (casos ocorridos em São Paulo).

-          Áreas de reflorestamento com Pinus ou Eucaliptos, onde a população de roedores se adapta ao novo habitat e quando da extração da madeira ocorre o contato do Homem com o Vírus (casos ocorridos no Paraná).

-          Urbanização de áreas rurais, fazendo com que bairros estejam localizados próximos a matas ou áreas rurais (casos de Uberaba ? MG).

-         Invasão de residências rurais por ratos fugitivos de regiões inundadas de várzea durante um período de chuvas torrenciais (casos do Paraguai).

Luiz Carlos Soares Golin

                                                                           Marcelo Lago.

Acadêmicos de Tecnologia em saneamento Ambiental,  UNOESC - Videira

 

 

 

 

 

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