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Projeto de lei quer o fim do Horário de Verão

  • - Deputado Federal Valdir Colatto (PMDB/SC).

Segundo o autor da proposta, não existem benefícios e quem paga a conta é o SUS

Chapecó 10/10/2016 - Em tramitação na Câmara dos Deputados, o projeto de lei 397/2007, de autoria do deputado federal Valdir Colatto (PMDB-SC), quer extinguir o horário de verão. Neste ano, os relógios serão adiantados em uma hora na virada do dia 16 para 17 de outubro nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste e permanecerá até 19 de fevereiro de 2017. "Mais uma vez se prejudica a saúde das pessoas com uma medida de pouco ganho na economia do país", destaca o autor do PL.

         A justificativa do Ministério de Minas e Energia para manter o horário de verão é que ele serve de "instrumento de eficiência energética" com melhor aproveitamento da luz natural. O Ministério cita redução média da demanda de energia elétrica da ordem de 4,5% e uma economia no consumo de energia elétrica agregada (em megawatt/hora) de 0,5%.

Colatto rebate lembrando que não existe economia na conta de energia elétrica, mas sim o aumento no consumo de energia neste período. Para saúde, a situação ainda piora. "O organismo fica completamente desequilibrado. Estudos apontam sintomas indesejados como dores de cabeça, aumento da fadiga, taquicardia, diminuição de rendimento nos estudos e no trabalho, principalmente em pessoas com mais idade", destaca Colatto.

Conforme o parlamentar, os trabalhadores rurais são os que maisrelatamas consequências do horário diferenciado. O desconforto que a adoção deste horário acarreta é experimentado por todos que são obrigados a acordar mais cedo, incluindo as crianças.

Uma das medidas propostas pelo parlamentar e que pode solucionar o alto consumo de energia é o desenvolvimento de ações permanentes do governo que possam orientar e educar a população brasileira sobre o uso consciente de energia nos horários de ponta, das 18 horas às 21 horas. "Está claro que quem paga a conta dessa medida é o Sistema Único de Saúde (SUS) e a população", alerta.

HISTÓRIA

Adotado pela primeira vez em 1931, foi em 1985que o horário de verão passou a ser instituído anualmente. Inicialmente com abrangência nacional, em 2003 foi reduzido para as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil.A hora de verão vigora nos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Bahia, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e no Distrito Federal".

Atualmente, a proposição de autoria do deputado Valdir Colatto está na Comissão de Seguridade Social e Família. Se aprovado, segue para as Comissões de Minas e Energia e Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados.

No site do deputado, os interessados podem manifestar sua posição a favor ou contra o horário de verão (www.valdircolatto.com.br) e nas redes sociais do parlamentar o tema predomina com dados e estudos informando sobre os malefícios do horário diferenciado.

 

 

 

               

Horário de Verão e os prejuízos

por Valdir Colatto*

 

       De ponta a ponta no meu Estado de Santa Catarina, por onde passo, sou abordado por inúmeras pessoas que reclamam do Horário de Verão. Em outros Estados, a situação se repete. Não são poucos os descontentes e, junto com eles, vieram os estudos e situações de risco. Foram os relatos que deram origem ao Projeto de Lei 397 de minha autoria que tramita na Câmara dos Deputados pelo fim do Horário de Verão em todo o Brasil.

Com o Horário de Verão que iniciará no dia 16 de outubro e prossegue até 19 de fevereiro do ano seguinte, as pessoas acordam mais cedo, dormem mais tarde e com esta mudança de rotina surge uma série de problemas. Quem acorda normalmente às 6h30 da manhã passa a acordar as 5h30 e tem seu sono reduzido em uma hora, justamente naquela última hora em que o sono é mais prazeroso, profundo e revigorante.

As pessoas acordam mais cansadas e isso interfere em todas as atividades laborais e escolares. Aumenta o sono, o estresse, diminui produtividade e altera-se o humor. O efeito em crianças e idosos costuma ser maior. Para quem trabalha no campo e na lavoura, que costuma acordar ainda mais cedo que moradores de áreas urbanas, as mudanças são ainda mais perversas.

Os que defendem o horário diferenciado relacionam as práticas de lazer possíveis ao fim do dia. O que não se pode é deixar que este desejo pessoal seja mais importante do que uma série de fatores negativos causados pela mudança de horário.

A resposta para as vantagens de se adiantar os relógios por uma hora durante 126 dias são ínfimas se comparados aos estragos na saúde e segurança das pessoas. Estudos apontam que as alterações de horário da bioatividade humana ocasionam distúrbios orgânicos, a exemplo de fadiga, dores de cabeça, confusão de raciocínio, irritabilidade, constipação e queda da imunidade. São análises dos malefícios publicadas por artigos científicos nacionais e internacionais. Portanto, o relógio biológico controla um grande número de funções vitais do organismo. Um bom sono está diretamente ligado a uma melhor qualidade de vida.

Estudos respeitados, como o da Comissão de Energia da Califórnia (EUA), divulgado na Scientific American, apontam que não existe economia com o horário de verão. A Rússia aboliu o horário diferenciado desde 2011; alegando consequências à saúde da população. Após 30 anos de horário de verão, a Academia Russa de Ciências Médicas revelou que a alteração dos relógios contribui para o aumento de 1,5 vezes em ataques cardíacos, 66% na taxa de suicídios e efeito maior na saúde de crianças e idosos com estresse, distúrbios do sono, cardiovascular e imunológico. O The England Journal of Medicine publicou o aumento de 5% nos ataques cardíacos na primeira semana do horário de verão.

Na Câmara dos Deputados, o PL 397 continuará tramitando junto com a defesa de levar o tema em audiências públicas com especialistas, ouvindo, por exemplo, médicos e engenheiros elétricos. Posteriormente, mobilizaremos a Câmara para promover consulta pública de norte a sul do Brasil, nas cidades e no interior, permitindo que o povo opine sobre o tema.

Cabe ao governo compreender que os gastos com a saúde são muito maiores que a falaciosa redução de consumo de energia e quem paga a conta é o Sistema Único de Saúde (SUS).

 

 

 

 

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Assessoria de Imprensa - Deputado Federal Valdir Colatto (PMDB/SC)

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