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O golpe de 1964 e o papel dos militares

Política

             O papel dos militares que se opuseram ao golpe de 1964, assunto pouco abordado mesmo 50 anos depois da ruptura democrática, foi abordado pelo deputado Amauri Soares, sargento da Polícia Militar, em pronunciamento na Assembleia Legislativa. Segundo o deputado, o papel das Forças Armadas é defender a soberania popular e não apenas um setor da sociedade. "Nós militares não precisamos, e não devemos, ser automaticamente defensores de uma ordem excludente", afirmou.

            De acordo com o deputado, os militares foram os primeiros afetados pelo golpe, "amargando as mesmas dores dos outros setores que se opunham". "O Ato Institucional nº 1, do golpe de 1964, foi dirigido especificamente contra aqueles militares que defendiam a legalidade, a constitucionalidade e a manutenção do presidente instituído", esclareceu. Com o ato, milhares de agentes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, além dos militares estaduais, foram perseguidos, cassados e reformados compulsoriamente. Sargento Soares ainda lembrou que o primeiro opositor assassinado pelos golpistas foi um militar. "Também uma parte de nós fomos derrotados em 1964. Os militares que se opuseram ao golpe de 1964 ainda hoje não foram anistiados", criticou.

            O deputado ainda defendeu que as Forças Armadas "passem a limpo" a história do país e contribua para esclarecer os episódios de perseguição, tortura, assassinato e desaparecimento dos opositores ao regime de exceção. "Considero um erro que as Forças Armadas não queiram que a sociedade inteira saiba onde estão os restos mortais dos desaparecidos", analisa. "As Forças Armadas precisam ser o braço forte da soberania popular, da vontade majoritária de um povo e, portanto, não tem cabimento continuar omitindo cadáver".

 

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