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Por que as dietas nem sempre funcionam

Adriana Zilio ? Psicóloga

A obesidade é uma doença multideterminada, desencadeada por fatores genéticos, biológicos e psicológicos. Do ponto de vista psicológico, a obesidade não é vista como o problema em si, mas sim como um sintoma de que algo está em desequilíbrio naquela pessoa.

                Compreendendo a obesidade como sintoma, então indagamos qual seria sua causa. A resposta é tão singular e única como o são cada indivíduo e sua história de vida. Mas sabemos que os alimentos não servem apenas para nos manter nutridos. Comemos, além disso, por prazer e, portanto, o afeto está intimamente relacionado ao ato de se alimentar. Para cada pessoa a comida assume um significado.

                No dia-a-dia, não só aquilo que comemos, mas a forma como comemos e por que comemos são questões que sempre têm respostas emocionais, muitas vezes implícitas. No consultório, ouvem-se relatos de pacientes obesos que dizem ?avançar? num pote de sorvete ou numa caixa de bombons quando algo os deixa chateados. Para outros, o alimento é sinônimo de perigo e angústia e um simples almoço torna-se uma martirizante contagem de calorias. Em ambos os casos existe doença, pois o problema está no desequilíbrio.

                A união de exercícios e dieta de restrição alimentar pode auxiliar a perder peso num primeiro momento, mas na maioria dos casos volta-se a engordar. Por quê? Porque apenas o sintoma está sendo tratado.

                Indivíduos que, por inúmeras razões, procuram uma maneira de emagrecer ?sem sofrimento? ou ?serem emagrecidos? certamente serão malsucedidos em suas tentativas. Afinal, não há mudança de hábito que não acarrete sentimentos de frustração e que não remeta o indivíduo a conflitos internos mal elaborados.

                Percebemos que a questão do prazer na alimentação é fundamental, mas o ideal é que a alimentação não seja única fonte de prazer pessoal. Divertir-se com a família, assistir a um filme, relacionar-se sexualmente com o parceiro ou simplesmente sentir-se bem consigo próprio devem ser prazeres também possíveis e desvinculados do ato de comer. O oposto também é válido. Quando o alimento torna-se fonte de angústia e a pessoa perde totalmente o prazer em degustá-lo, algo não vai bem.

                No paciente obeso, eliminando as causas genéticas e doenças orgânicas como diabetes, disfunções da tireóide e distúrbios psiquiátricos como depressão severa, podemos compreender a obesidade como reflexo de uma série de fatores emocionais que de alguma forma se agruparam e resultaram no distúrbio alimentar.

                A psicoterapia busca trabalhar a personalidade do paciente de forma global, e trata o obeso, em vez de tratar a obesidade. Esse método, que une o autoconhecimento e a elaboração de sentimentos, ajudando a identificar conflitos e angústias atuais e de toda a história de vida, é um trabalho de longo prazo, mas capaz de trazer modificações verdadeiras e descobertas que tornam o paciente mais livre para compreender quem é e o porquê de agir de determinada maneira.

Adriana Zilio ? Psicóloga  CRP 12/03086

Rua Narciso Barison, 55  1ºandar  Capinzal/SC

Fone: 9975 9966

Atendimento: Segunda a Quarta
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