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Os Dentistas advertem:

Fumar é prejudicial também para a boca

     Todos já conhecem os efeitos deletérios do cigarro no corpo, mas a boca também pode ser alvo de doenças graves. O fumo pode causar patologias que acometem desde lábios até estruturas intrabucais, como a língua, mucosas (gengivais/bucais), palato (céu da boca), orofaringe (garganta), bem como proporciona mau hálito e manchas nos dentes.

     A combustão da ponta do cigarro gera um aumento da temperatura ? por volta de 800ºC a 1200ºC, transformando-a em brasa. Este calor é conduzido para o interior do tubo de papel através da fumaça aspirada. Ao entrar na cavidade bucal, ocorre elevação da temperatura na região, promovendo dano às células do tecido em questão. O nosso corpo tenta se proteger produzindo uma ?barreira/escudo? com o objetivo de afastar o agente agressor dos tecidos afetados, e essa defesa se dá pela formação de uma placa esbranquiçada no local. A essa placa denomina-se de hiperceratose. Caso a injúria persista, as células podem sofrer alterações no seu interior potencializando o aparecimento de tumores benignos ou malignos.
     A mucosa jugal (porção interna da bochecha) também pode desenvolver a hiperceratose, mas se o indivíduo suspender o vício, a placa pode regredir.    

     O uso do fumo, a longo prazo, provoca diminuição ou perda temporária das papilas linguais, dificultando a sensação do paladar. Para compensar a falta do gosto das refeições o fumante passa a utilizar uma quantidade excessiva de sal, propiciando o aumento da pressão arterial.
     No palato existem glândulas salivares pequenas, passíveis de sofrerem inflamação, o que pode levar à formação de uma região avermelhada com área esbranquiçada ao redor. Esta lesão recebe o nome de estomatite nicotínica , pois a fumaça provoca irritação no tecido atrapalhando a secreção salivar. Se o paciente abolir o tabagismo esta alteração é passível de regressão.

     A lesão mais temida decorrente do uso do tabaco é o câncer bucal. Como todos sabemos o câncer é uma doença grave que, se diagnosticada e tratada a tempo, existe a cura efetiva. Como descrito anteriormente, as células são expostas a traumas durante longo período, o que pode acarretar em alterações irreversíveis no código genético responsável pela multiplicação celular ? DNA. Devido ao comprometimento a proliferação das células torna-se caótica, proporcionando tumores malignos. O tipo de câncer que mais acomete a boca é o carcinoma espinocelular (CEC). Se esta enfermidade não for tratada pode provocar metástase, que é a disseminação das células cancerosas para outros órgãos ou regiões. Por isso é que periodicamente devemos realizar o auto-exame frente a um espelho, para ficarmos atentos a qualquer modificação nas estruturas da boca.

     Além das patologias citadas, há também doenças gengivais e periodontais, onde ocorrem alterações inflamatórias dos tecidos e perda de estruturas de suporte dental, como o osso alveolar, podendo levar à perda de dentes. A nicotina integra-se com a placa bacteriana tornando-a mais danosa para a mucosa gengival.
     O fumo compete com a vitamina C, e como conseqüência, há eliminação desta, prejudicando a cicatrização em cirurgias bucais e inibe o sistema imunológico.
     Se pensarmos o que representa o gasto do produto durante anos, acompanhado do isqueiro ou fósforo, os impostos que o governo impõe para a venda do maço, que se aproxima de 70% a mais do valor do produto, perda da saúde e envolvimento de familiares, faço a seguinte pergunta: vale a pena fumar?

 

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