Artigo da Professora Evani Marichen Lamb Riffel

     Novembro/2020...

      ...Pelas ruas de nossa querida cidade de Capinzal o retrato do momento atípico que vivemos: a pandemia COVID-19.

   Pela manhã cedinho, (todos os dias de agora), vejo mascarados indo para o trabalho, mascarados fazendo caminhada matinal, mascarados na fila imensa em frente às agências bancárias locais. Vejo mascarados brancos, amarelos, pardos e negros todos na mesma barca a navegar. Navegar na incerteza do amanhã: na saúde, na economia, na vida... Que agora se leva!

      "Entraram mascarado/as no banco..." Não eram marginalizados pelo crime. Eram cidadãos em tempos de pandemia e prevenção, cuidados praticados pelos conscientes, o uso de máscaras de proteção.

      Outro dia andando pelas ruas vi: tantos "tipos" de vestimentas usadas, cabelos de tantas cores, mascarados/as com lindos chapéus, bonés , lenços árabes, vi rostos anônimos cobertos. Vi a diversidade. Vi a simplicidade e o usar do vale tudo na minha cidade.

      Pensei seriamente que hoje podemos ter a liberdade de andar livremente pelas ruas da cidade, sem aprumo, sem padrões e modismos porque as pessoas já não se veem, já não se olham... Passam ao longe.

      A história bíblica do "Bom Samaritano," ilustrada com tantos rostos e olhos que viam e fingiam não ver um pobre homem ferido, maltratado que jazia ao largo da rua deitado. Transeuntes tantos de olhos vendados e coração frio... Mas eis que por ali passa um homem que se inclina para o outro e se compadece. O chamado bom samaritano providencia uma hospedaria e cuidados para o ferido, por ser viajante deixou alguns vinténs de recompensa para o benfeitor do lugar.

      Todos os personagens desta parábola seguem seu caminho tomando diferentes encruzilhadas: a encruzilhada da individualidade, indiferença ou a prática da caridade, benevolência, amor ao próximo.

      Muitos modismos caíram na insignificância neste período conflituoso, (2019 1 2020...), mas nossos valores ainda estão em moda mesmo que mascarados: -pratique a caridade; seja cortês, cumprimente o outro, seja gentil, sorria por detrás da máscara.

      Seja um bom samaritano mesmo mascarado, partilhe, distribua bondade, fé e esperança de um tempo melhor, mais ameno.

     Outro dia li em uma crônica de Rubem Alves sobre a importância de uma caminhada para degustar aos olhos a paisagem, as pessoas, os carros, a vida em movimento. Dizia ele que muitos gostam de caminhadas aos pares e falantes, pois não sabem a delícia que é a caminhada solitária para degustar os sons da natureza, as paisagens, o movimento da vida...

...E se estática é a performance dos imóveis que povoam o caminho, movimentada é a brisa que pousa na árvore e balança seus ramos aos insanos olhos que não viam e descortinam-se na contemplação do trajeto.

      Mascarados/as somos todos/as iguais...

...A COVID-19 não escolhe entre abastados e carentes...

... A cura ou o tratamento não privilegia planos de saúde privados nem públicos...

...Imunização, a vacina ainda não chegou para loiros de olhos azuis , da cor do céu, nem para negros cor da noite...

Ao raiar da proximidade da terceira década do Século XXI

...De Norte a Sul do Planeta Terra, somos todos iguais em busca da felicidade.

      Então, saúde é felicidade???!!!...

      Caro/a Leitor/a para responder considere o tempo anterior ao coronavírus, a pandemia COVID-19:

"...Éramos felizes e não sabíamos!"