Lourenço Brancher comenta Editorial deste Semanário : Lideranças fazem parte do passado em nossa comunidade

No Editorial de 04 de agosto, em interessante artigo avalia o desenvolvimento político e econômico de Capinzal, ou melhor, compara-o com o de décadas passadas e manifesta a preocupação com o estágio atual do nosso Município, por uma maior participação na política estadual e nacional, assim como pela redução dos ramos de atividades empresariais.

Havendo, para minha honra, sido citado, permito-me a manifestação nessa discussão aberta. Efetivamente a escola política do nosso município não teve seguidores a contento, o que é estranhável, pois a densidade eleitoral hoje é mais significativa, visto o percentual de eleitores da nossa Comarca ser superior ao de então, e, a função eletiva recompensada quer financeira, como também promocional pela penetração da mídia além da nobreza que ela encerra.

A carência de participação de cidadãos na política com os sentimentos de amor telúrico é certamente o fundamento do mencionado editorial; pois se representantes temos nas diversas casas legislativas estes têm em primeiro plano, vínculos e compromissos com suas origens, as quais não estão em nossa terra. Lembro-me, a exemplificar, que nas eleições de 1962, Capinzal possuía 03 dos seus filhos a concorrer a Deputado Federal: Antonio Almeida ? PSD, Mário Brusa ? UDN e Paulo Macarini ? PTB, elegendo-se os três, visto que Brusa, como suplente, em seguida assumiu.

Na verdade, a Ditadura que se instalou em nossa Pátria (1964/1985), arrefeceu a motivação política. O signatário do presente foi o último candidato-nativo capinzalense a eleger-se para a Assembléia Legislativa, cumprindo mandato de 1967/1971 pelo MDB. E nosso município que sempre se destacou pela grande vocação da nossa juventude em galgar os bancos universitários e possuindo tão brilhantes nomes que se destacam profissionalmente, não podendo estes ficar alheios deste segmento tão importante da vida, que é a política e voltar a participar das decisões importantes do país.

É igualmente o caminho para nos inteirar, por exemplo, da globalização, esta, que estabeleceu árdua competição mercadológica onde o custo produção reduziu extraordinariamente e a qualidade dos produtos, por sua vez, teve ganhos fantásticos. Daí porque, aqueles que não se atualizaram, não se equiparam a contendo, ficaram excluídos. É aí que deve estar presente o representante do povo que encontra soluções na adversidade, indicado os caminhos existentes para superar os problemas.

Mas enquanto isso, está muito bem em comunicações rodoviárias: vias pavimentadas para todas as direções; a educação atingiu nível universitário, enfim, obtivemos grandes conquistas. Mas creiam, precisamos ser mais decididos na participação política. Com a palavra, os Partidos Políticos e a juventude capinzalense.

Lourenço Brancher ? Florianópolis para Capinzal (agosto de 2005).