Caros leitores, dentre tantas atividades de recriação importantes na escrita estão os resumos, as resenhas e a carta argumentativa.

Todos sabemos, mas vamos retomar:

RESUMIR- é condensar as idéias do texto original, procurando manter sua essência. Não é fazer uma "colagem" de trechos e, sim, com as próprias palavras, reconstruí-lo em formato menor.

RESENHAR- é comentar os aspectos relevantes de um texto, sabendo-se com clareza onde se quer chegar com esse comentário.

Mas o que quero destacar hoje, é a Carta Argumentativa- aquela que pretende persuadir, convencer determinado interlocutor.

A carta, ainda, é um importante veículo de comunicação. Existem vários tipos de carta, cujas características são determinadas pela intenção do emissor, pelo destinatário e pelo tipo de relacionamento que existe entre eles. O que nos interessa analisar aqui é a carta argumentativa- aquela que, como o nome diz, deve persuadir seu interlocutor com argumentos. A linguagem empregada poderá ser objetiva, ou nem tanto, mas certamente, deverá ser clara e coesa.

Na verdade, a carta argumentativa é uma dissertação, com todas as suas características , mas com alguma especificidade: a interlocução explícita. Em outras palavras, é um tipo de texto que, além de apresentar uma tese e seus argumentos, dirige-se a uma ou mais pessoas determinadas.

Foi muito interessante o trabalho de alguns alunos que freqüentam o Laboratório de Redação. Após lerem o texto "COMO MELHORAR (MUITO) A SAÚDE E A EDUCAÇÃO"de Oded Grajew, fizeram a primeira atividade de recriação- o resumo. Em seguida teorizei sobre a carta argumentativa e apresentei um exemplo da mesma. Sugeri, então, a proposta da criação de uma carta aberta (argumentativa) . Eis o belo resultado:

Há muitas questões polêmicas que estão deixando o Brasil numa situação vergonhosa e temerosa.

Uma primeira- a questão da desigualdade social- O Brasil aparece como campeão mundial da desigualdade social. Em nenhum país do mundo, a distância entre ricos e pobres é tão grande. Constatou-se que 19.8 milhões de crianças brasileiras de zero a 14 anos vivem em famílias consideradas pobres, cuja renda mensal é de até meio salário mínimo por pessoa. Para as crianças pobres restam o trabalho precoce e mal remunerado, a pobreza e a marginalidade.

Como conseqüência disso- a segunda questão vergonhosa- a exploração do trabalho infantil- crianças se evadem da escola para trabalhar como babás, vendedores ambulantes, cortadores de cana, catadores de lixo e outros...

O UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância) classifica como intoleráveis as desigualdades existentes no Brasil. E o pior- o que continua no Brasil são as tais discussões para obter fórmulas a fim de tentar combater essa exclusão. E não se enganem- isto ocorre nos grandes centros como nos pequenos municípios do Brasil.

Uma terceira questão temerosa- o número exorbitante de crianças, jovens e adultos entrando no mundo das drogas.É aterrorizante saber que são milhões de pessoas que enfrentam a dependência química. E o que dizer da questão polêmica da distribuição de cachimbos para usuários de crack?

O importante, autoridades competentes, é trabalhar para diminuir a demanda, fazendo com que a criança e o adolescente não tenham o primeiro contato com as drogas, pois se isso acontecer fica complicado. (lembrando aqui também os pais).

Coisa simples é punir severamente os que vendem cigarros, bebidas alcoólicas e outras drogas aos menores.

Quarta questão polêmica- Irrita saber que pessoas "importantes", que ocupam posição de destaque, são perfeitos aproveitadores do dinheiro público e que os subterfúgios da lei os protegem . Que criminosos perigosos, presos em cadeias de segurança máxima, ainda conseguem, lá de dentro, comandar suas quadrilhas, usando livremente, celulares.

Há centenas de questões a serem discutidas , mas queremos citar mais uma :

Enquanto milhões de brasileiros passam fome, alguns poucos privilegiados usufruem de rendimentos, salários e aposentadorias imorais.

Como resolver estas questões? A receita é simples: Não podemos ficar de boca calada, vendo o problema bater a nossa porta. É hora de tomarmos iniciativas e lutarmos para que se cumpra a lei e se faça justiça.

Autoridades competentes, ninguém ignora que há muitas outras coisas que deixam os brasileiros indignados, mas é necessário dizer que neste país grande e belo há também pessoas éticas e responsáveis. São estas que deverão substituir os que não sabem conduzir com sensibilidade e sensatez o país, os estados e os municípios.

Autoridades competentes, está na hora de escolher o verdadeiro caminho para dar ao brasileiro o título de cidadão.

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Esta produção é coletiva- resultado das produções individuais- alunos e professora- Em seguida foi feito o resumo das idéias centrais de cada uma delas e criada uma única carta.

Resultado: esta carta aberta.( alunos participantes: Giordano Menegas, Daniele Lanhi, Tuane Nora, Tatieli Biazotto, Simone Zeni.)