INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE
Tendências Demográficas: Uma Análise da População com Base nos Resultados dos Censos Demográficos de 1940 e 2000
Estudo revela 60 anos de transformações sociais no país
Entre os Censos de 1940 e
Essas são algumas das conclusões do estudo ?Tendências Demográficas: uma análise da população com base nos resultados dos Censos Demográficos de 1940 e
A população do Brasil aumentou, entre 1940 e 2000, quatro vezes, passando de 41,2 milhões para 169,8 milhões de habitantes. Na década de 40, os cinco estados mais populosos do Brasil eram São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Em
Maior crescimento populacional ocorreu no Centro-Oeste e Norte
Em 60 anos, a densidade demográfica1 saltou de 4,8 hab/km2 para 19,9 hab/km2. O Centro-Oeste (de 0,7 para 7,2 hab/km2) apresentou crescimento duas vezes e meia maior que o nacional, seguido pela região Norte (de 0,4 para 3,4 hab/km2), cujo aumento da densidade foi o dobro do nível nacional. De acordo com o estudo, em 1940 havia concentração populacional na faixa litorânea e aglomerados populacionais dispersos pelo interior, especialmente nas regiões Sudeste e Sul, mas já era possível perceber novas manchas de povoamento na Região Centro-Oeste. Sessenta anos após, persistiram as diferenças regionais, por exemplo, densidades demográficas de 3,4 hab/km2, no Norte do país, a 78,3 hab/km2, no Sudeste.
Na região Sudeste, o Rio de Janeiro, com 82 hab/km2 (1940) e 328 hab/km2 (2000), e São Paulo, com 28 hab/km2 (1940) e 149 hab/km2 (2000), apresentam as maiores densidades do país. O estado de Alagoas, tanto em 1940 quanto em 2000, manteve a terceira posição no ranking nacional com 34 hab/km2 (1940) e 101 hab/km2 (2000). Contudo, foram os estados da região Norte que revelaram o maior crescimento, especialmente Rondônia e Roraima, que em 1940 não atingiam 1 hab/km2 e passaram em 2000, para 5 hab/km2 e aproximadamente 2 hab/km2 , respectivamente.
Entre 1940/2000, as maiores taxas de crescimento anuais ocorreram nas regiões Centro-Oeste e Norte (4,1% e 3,6%). Na ótica estadual, as maiores taxas de crescimento registradas foram em Rondônia (8,0%) e Roraima (6,0%), áreas favorecidas por incrementos demográficos da expansão da fronteira agrícola a partir da década de 1970. Já as menores foram observadas nos estados da Paraíba (1,5%) e Minas Gerais (1,7%), em geral, associadas a saldos migratórios negativos.
No período compreendido pelo estudo, o Brasil rural tornou-se urbano. Na década de 40, menos de um terço (31,3%) da população morava nas cidades, enquanto no 2000 já eram 81,2%. O contingente de população urbana, que correspondia a 12,8 milhões de habitantes, em 1940, atingiu 137,9 milhões, no último Censo. Em números absolutos, no entanto, a população rural cresceu de 28,2 milhões para 31,8 milhões de habitantes, entre as duas épocas. No Censo de 1940, o Brasil contabilizava 1.574 municípios. Ao longo dos 60 anos posteriores, foram criados 3.933 municípios, totalizando 5.507. Atualmente, existem 5.564. O grande incremento quanto à criação de municípios incidiu naqueles até cinco mil habitantes. Em 1940, 54,4% dos municípios possuíam população até 20 mil habitantes. Em 2000, foram 73% dos municípios do total.
O declínio da taxa de fecundidade e a redução da mortalidade contribuiu para o estreitamento da base da pirâmide etária brasileira, entre os Censos de 1940/2000, com redução no número de jovens e ampliação dos idosos. Enquanto o contingente de pessoas entre
Miscigenação reduz percentual de brancos e pretos
As pessoas que se auto-declararam como brancas, em 1940, representavam 63,4% da população e, de acordo com o Censo 2000, houve redução para 53,7%. Também decresceu a proporção de pretos (14,6% para 6,2%). Houve grande ganho populacional para as pessoas que se auto-declararam pardas, de 21,2% para 38,5%, influenciado pelo processo de miscigenação racial. Para o Nordeste, foi observada, em
Evangélicos aumentaram em todas as regiões
O estudo mostrou uma expressiva redução de católicos apostólicos romanos de 95% para 73,6% da população no período 1940/2000. Enquanto isso, os evangélicos cresceram de 2,6% para 15,4%. O estudo demonstra que, em 1940, 98,9% dos moradores do Nordeste eram católicos e no Censo de
Em 1940 e 2000 Brasil tinha 16,4 milhões de analfabetos
Comparando-se os Censos de 1940 e
Em 1940, menos de um terço das pessoas entre 7 e 14 anos freqüentava a escola, enquanto em
Percentual de solteiros caiu e aumentaram as uniões consensuais
Na década de 40, mais da metade das pessoas (51,6%) com 10 anos ou mais eram solteiras, enquanto em 2000 o percentual caiu para aproximadamente um terço (38,5%) da população nesta faixa. No sentido contrário, os casados cresceram de 42,2% para 49,5% da população nesta faixa de idade, e os desquitados e divorciados de 0,2% para 4,1%. O percentual de viúvos caiu de 5,9% para 4,1% neste período. Em 1940 o estado com o maior percentual de solteiros era Amapá (62,1%), enquanto em 2000 era o Piauí (43,3%). Tanto em 1940 quanto em 2000, os homens eram maioria entre os solteiros, sendo que em
Japoneses estavam presentes em 9% dos municípios brasileiros em 2000
A distribuição da população do país segundo a nacionalidade, em 1940, revelou que 96,6% eram brasileiros natos, sendo o percentual de estrangeiros de 3,1%. Em 2000, 99,6% eram brasileiros natos. Desde 1940 até os dias de hoje, o maior percentual de imigração ocorreu na década de 50, quando 203,4 mil pessoas chegaram ao país, sendo quase metade (43,6%) desses imigrantes provenientes da Europa. De acordo com o Censo 2000, 9% dos 5.507 municípios tinham japoneses, especialmente nos estados de São Paulo e Paraná; 6,1% dos municípios, portugueses, com destaque para Rio de Janeiro e São Paulo; em 5,1% dos municípios viviam italianos, principalmente
Mão-de-obra nordestina manteve-se predominantemente rural
Em 1940, 28,9 milhões de pessoas de 10 anos ou mais de idade estavam ocupadas em alguma atividade econômica, contingente que aumentou para 65,6 milhões de pessoas. A agricultura, pecuária e silvicultura em 1940, que representava 32,6% da população ocupada, declinou para praticamente a metade, 17,9% em 2000 e na proporção por sexo as mulheres dobraram a sua participação.
Em
O estudo observou, ainda, que em 1940, nos estados do Tocantins, Paraíba e Espírito Santo, a proporção de pessoas de 10 anos ou mais de idade ocupadas nas atividades da agricultura, pecuária e silvicultura atingia 40% de sua população total. As menores proporções foram encontradas nos estados pertencente à região Norte, fruto do desenvolvimento das atividades extrativas, e também no Estado do Rio de Janeiro, como resultado da diversificação na absorção da mão-de-obra em outros setores de atividade. Em 2000, os estados pertencentes à região Nordeste mantiveram as primeiras posições nas atividades agrícolas, e Rio de Janeiro e São Paulo as menores, com 2,5% e 5,8%, respectivamente.
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1Quociente entre o volume total de população da área e sua extensão territorial (hab./km2)
Comunicação Social
25 de maio de 2007
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