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Inovação no agronegócio

  • - José Zeferino Pedrozo - Presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de SC (Faesc) e do Conselho de Administração do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/SC).

Presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de SC (Faesc) e do Conselho de Administração do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/SC).

         Se há um setor para o qual aquela expressão "Deus é brasileiro" se encaixa perfeitamente este setor é o agronegócio. Isto porque com seu clima tropical e subtropical e outras condições naturais favoráveis, o País tem imensas vantagens competitivas. Somam-se a isso os quase 50 anos de pesquisas da Embrapa e o empreendedorismo do produtor rural brasileiro - em especial o catarinense. O  Brasil é um dos países que alimentam o mundo e pode ganhar ainda mais participação nesse desafio. Para isso,  paralelamente, precisa investir alto em inovação em todas as etapas do agronegócio. Isto porque a inovação, especialmente os serviços de tecnologia da informação, é o que mais agrega valor no mundo. 
Observamos outros países com legiões de engenheiros desenvolvendo produtos ou serviços para ganhar a corrida tecnológica de um modo geral. O Brasil também tem que fazer isso na condição de uma das maiores economias do mundo. Não podemos deixar o "cavalo passar", ou melhor, o "drone estrangeiro voar" no caso do agronegócio. Isto porque o valor do grão ou da carne é apenas uma pequena parte da riqueza gerada pelo agronegócio. O esforço, nessa área, envolve desde as pesquisas para sementes, agroquímicos, máquinas para plantio, vigilância de satélites, drones para analisar lavouras, colheita, conservação, transporte nacional e internacional entre outras inovações. 
São imensas as mudanças e transformações que a inovação - pela via da ciência e da tecnologia - proporcionará. Por exemplo: poderemos ter em breve alimentos sintéticos, processados em laboratório, mas essa é outra área sobre a qual se dedicará o talento dos pesquisadores. 
Santa Catarina já é destaque nacional e internacional nas agrotechs, empresas de tecnologias e startups voltadas à agropecuária. Temos diversos exemplos. Um deles é a Agriness, de Florianópolis, que desenvolveu um sistema de ponta para gestão de propriedades pecuárias e atraiu como sócia a líder mundial em alimentos Cargill. Outro exemplo é a Horus Aeronaves, da Capital, que produz drones e sistemas que ajudam a reduzir o uso de agroquímicos em lavouras. A PackID, de Chapecó, criou etiqueta com nanosensor para conservar melhor os alimentos no transporte e vem aí o primeiro satélite privado do País, da Visiona, desenvolvido no Instituto Senai de Tecnologias Embarcadas, em Florianópolis, que também poderá atuar na agricultura. 
Entre os programas estaduais de apoio à inovação que abrangem agrotechs estão o Sinapse da Inovação e o Núcleo de Inovação Tecnológica para a Agricultura Familiar (NITA), ambos do governo do Estado. Este último apoia 40 startups e uma delas, a Manejebem, que oferece consultoria de agrônomos gratuita, já atua também no exterior.  É fundamental que esses programas continuem com apoio do setor público, mas, o setor produtivo também deve investir nessas tecnologias para elevar a produtividade e ajudar a fomentar esse ciclo de inovação, que conta com uma sólida base das nossas universidades e institutos de educação e pesquisa.
Faço essas breves - porém, edificantes -  referências à empresas e projetos genuinamente catarinenses para exemplificar nossa extraordinária capacidade de inovação. Temos condições de capitanear os processos de inovação no agronegócio brasileiro para sustentar uma agricultura moderna, sustentável e competitiva.
 
 
 
 
 
MARCOS A. BEDIN
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