Leonir Luiz Miqueloto

Eu nasci no ano de 1932

Eu fui a primeira a ser construída sobre o rio

Eu era nova e linda, quando o povo passava sobre mim, de medo dava até arrepio.

Muito tempo se passou

Fiquei velha e mal cuidada

Passou-se um tempo e o povo me restaurou.

Fiquei nova e bonita com as tábuas bem pregadas.

Depois de vários anos, veio o vento e o frio, e infelizmente, eu caí dentro do rio

E pensei, desta vez vou apodrecer aqui

E imaginei... será que ninguém lembra que fui útil ali?

Demoraram e me restauraram de novo

Mais uma vez fui feliz e servi meu povo.

Fiquei linda/nova e o povo curioso me olhando

Mas aos poucos fui me deteriorando

E ficando uma ameaça para meu povo

Então pensaram e fizeram um projeto novo.

Agora estou linda novamente

Ai que bom! Firme como antigamente

Liberaram a passagem do povão

Na mais terrível escuridão

Que pena! Meu povo não merece isso não.

Daí o povo reclamou de novo da escuridão

Será que o povo não tem direito a iluminação?

Pois quem paga é o próprio povão

Porque o povo trabalhador não tem conforto não?

Dizem que sou linda para um cartão postal

Que sirvo de ponto turístico, etc e tal...

Mas quando o sol se põe

Outra vez vem a escuridão

Ninguém me vê mais não

Por favor me mostra para a nação

Com uma linda e sofisticada iluminação

Através da Internet ou de cartão

Pois as pontes do meu modelo estão em extinção

Faço aqui um desafio curtinho

Aos alunos da faculdade, do ginásio ou do prézinho.

Façam um estudo para a minha iluminação

Quantas lâmpadas vamos colocar nesses cabos de aço

Que servem de apoio e sustentação

Pois eu uno os municípios coirmãos.

Mas se me deixar assim a iluminação é parcial

Sou a ponte pênsil que une Ouro e Capinzal

Fui restaurada e estou nova e linda

Mas ninguém se interessou ainda

Para me presentear com uma iluminação total.

Então o povo vai me ver pela Internet

Aonde fica esse lindo esplendor

Que se parece com um disco voador

Fica lá entre duas cidades linda do interior

Aonde o povo é inteligente e trabalhador.

Vamos conhecer mais essa maravilha

Lá vem o povo, lá vêm as famílias

E levam fotos minhas e lembranças de nossa gente

Lá vêm desconhecidos, lá vêm os parentes

Pessoas de renome e pessoas indigentes

Passam sobre mim e eu fico contente. 

E finalmente, eu peço novamente

Que coloquem sobre mim uma iluminação

O mais rapidamente

E quem agradece, não sou eu!

É quem passa sobre mim

E em geral toda a minha querida e bela gente.

Leonir Luiz Miqueloto