ESCREVER?... -O quê? Para quê? Para quem?
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- Evani Marichen Lamb Riffel (Pedagoga e Psicopedagoga).
Por Evani Marichen Lamb Riffel Pedagoga e Psicopedagoga.
"Escrever é deixar algo de si para o mundo. Espalhar o que se escreveu é mostrar esse algo."
Leitor(a), diante da tela em branco busco uma situação de comunicação para o texto que nasce... Nasce no arrumar das palavras, das frases bordando o parágrafo e enredando o monólogo que vira diálogo, quando o texto é descoberto pelo leitor. Nasce das entranhas de quem escreve e aquele que escreve renasce no escrever.
Encher a tela sob inspiração do momento é como a sede saciada sob o sol escaldante do deserto, contemplar a beleza do alvorecer, sentir a pureza da criança, o perfume da flor, a beleza da primavera. Para o escrever são preciosa matéria-prima e motivos a tecer o texto, o inóspito a ser desbravado... em palavras arrumadas!
Nasce o conto, o encanto, no recôndito escritor, o encontro que tenho marcado contigo Leitor... Se-me a matéria-prima que alimenta cada espaço da tela que cresce e adulta o texto...E amadura, envelhece na sabedoria dada pelo tempo salutar do pensamento.
...Pirlimpimpim, neste breve pestanejar brota da bruta pedra lapidada... a palavra deixada numa história criada:
O MACACO E O CÃO
Certo dia, no meio da floresta, a pular de árvore em árvore, de galho em galho, um macaco faminto assobiava e grunhia a procura de seu manjar favorito.
E... Nada de comida! Se comida de macaco é banana, acuda a fome do macaco! Por ali nada de bananas!
Seguiu adiante o macaco pensando no quintal da velha muito velha que tinha um bananal. Lá se foi o macaco estrada afora...
Muito depois avistou algo que o deixou ansioso, tanto que nem se precaveu de nada e saltou para apanhar as douradas bananas cacheadas, divinamente suculentas ao olhar faminto do macaco Caco.
Que disparate! O macaco Caco quase voou a saltar para apanhar as bananas, neste alarido de esfomeado só pensou no jantar.
Jantou e lambeu os beiços satisfeito!
-Quem? O cão de guarda que agora ressonava a dormir de barriga cheia.
Foi assim que um bando de macaquinhos afoitos, disfarçados de raposa velha, saciaram-se a devorar o cacho de bananas madurinhas da velha muito velha.
Ela, a velha ficou a ver navios e o cão de guarda ficou desacreditado.
A perspicácia antecede a ação. Não atropele a precaução!
P. S.
"... E se não houver interlocutores, quem re-unirá os argumentos para declarar o triunfo do consenso? Solitária, a palavra não resiste à lei da gravidade."
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