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Artigo

ELAS SÃO ÚNICAS!!!

  • - Professora Evani Marichen Lamb Riffel

Professora Evani Marichen Lamb Riffel

         Estimado/a Leitor/a, hoje o tema é especial: As crianças e a infância!

      Dos poemas que trago guardados envoltos em caixinha dourada com fita em laço de cetim vermelho púrpura, neste tema desfaço o laço, abro a delicada fechadura da caixinha e paira no ar... "O Vestido de Laura" de Cecília Meireles:

O VESTIDO DE LAURA

O vestido de Laura

é de três babados,

todos bordados.

O primeiro, todinho,todinho

de flores

de muitas cores.

No segundo, apenas

borboletas voando,

num fino bando.

O terceiro, estrelas,

estrelas de renda

- talvez de lenda...

O vestido de Laura

vamos ver agora,

sem mai demora!

Que estrelas passam,

borboletas, flores

perdem suas cores.

Se não formos depressa,

acabou-se o vestido

todo bordado e florido!

Cecília Meireles

      Reflexiva e instigativa a autora nos conduz poeticamente às fases da vida...

Óh, a infância querida!!! ...Retratada na segunda estrofe no colorido das flores belas multicores!!!

...Criança e infância... No desvelo do tope vermelho púrpura da caixinha dourada entreaberta vem Casimiro de Abreu com...

Meus oito anos

Casimiro de Abreu

Oh! que saudades que tenho

Da aurora da minha vida,

Da minha infância querida

Que os anos não trazem mais!

Que amor, que sonhos, que flores,

Naquelas tardes fagueiras

À sombra das bananeiras,

Debaixo dos laranjais!

Como são belos os dias

De despontar da existência!

- Respira a alma inocência

Como perfumes a flor;

O mar é - lago sereno,

O céu - um manto azulado,

O mundo - um sonho dourado,

A vida - um hino d'amor!

Que auroras, que sol, que vida,

Que noites de melodia

Naquela doce alegria,

Naquele ingênuo folgar!

O céu bordado d´estrelas,

A terra de aromas cheia,

As ondas beijando a areia

E a lua beijando o mar!

Oh! dias de minha infância!

Oh! meu céu de primavera!

Que doce a vida não era

Nessa risonha manhã!

Em vez das mágoas de agora,

Eu tinha nessas delícias

De minha mãe as carícias

E beijos de minha irmã!

Livre filho das montanhas,

Eu ia bem satisfeito,

Da camisa aberto o peito,

- Pés descalços, braços nus -

Correndo pelas campinas

À roda das cachoeiras,

Atrás das asas ligeiras

Das borboletas azuis!

Naqueles tempos ditosos

Ia colher as pitangas,

Trepava a tirar as mangas,

Brincava à beira do mar;

Rezava às Ave-Marias,

Achava o céu sempre lindo,

Adormecia sorrindo

E despertava a cantar!

[?]

Oh! que saudades que tenho

Da aurora da minha vida,

Da minha infância querida

Que os anos não trazem mais!

- Que amor, que sonhos, que flores,

Naquelas tardes fagueiras

À sombra das bananeiras,

Debaixo dos laranjais!

Enciclopédia Itaú Cultural - Literatura Brasileira. Disponível em www.itaucultural.org.br.

Um pouco de prosa caro/a Leitor/a:

      O clássico poema "Meus Oito Anos" perpassa gerações e posso dizer que trago gravado no coração meu saudoso pai a declamá-lo em dias de doce nostalgia...

E... Nas minhas lembranças dos tempos de escola a filha a declamar a infância ...

... Hoje com nossos netos e bisnetos Casimiro de Abreu continua a encantar nos doces e nostálgicos versos e estrofes da saudosa infância querida que os anos não trazem mais...

      Salve, salve 12 de outubro "Dia da Criança"... Que vive eterna no primeiro babado do Vestido de Laura e na infância brejeira "nas tardes fagueiras à sombra das bananeiras embaixo dos laranjais!"


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