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É BOM SABER...
Até onde estendemos nosso braço para servir ?
Artigo: Rubens Nunes de Andrade
Uma das raras coisas boas que a TV proporcionou ao grande público foi a aproximação com a música clássica. Isso no final dos anos 80, começo de 90, quando popularizou especialmente os cantores que ficaram conhecidos como Os Três Tenores, que, como se verá, quase não existiram, ou seja: Luciano Pavarotti, Plácido Domingo e José Carreras. Com sua arte abrilhantaram diversos eventos, até mesmo Copas do Mundo de futebol!
Os três são brilhantes (o italiano Pavarotti nem tanto, e, ao que sei, já se aposentou), mas vou tratar apenas dos espanhóis: o Madrileño Plácido Domingo, tecnicamente o mais completo, já que além de maestro, toca vários instrumentos e o Catalão, nascido em Barcelona, José Carreras (o preferido por meus ouvidos leigos). Mesmo os que nunca visitaram a Espanha conhecem a rivalidade existente entre os Catalães e os Madrileños, sendo que os primeiros lutam até por uma independência, pretendendo uma nacionalidade própria que não a espanhola. Carreras e Plácido não fugiram à regra, em 1984, por questões políticas que não vêm ao caso, tornaram-se inimigos. Sempre muito requisitados em todas as partes do mundo, ambos faziam constar em seus contratos que só se apresentariam em determinado show se o desafeto não fosse convidado!
Em 1987, Carreras ganhou um inimigo muito mais implacável que Plácido Domingo, foi surpreendido com um diagnóstico terrível: leucemia! Sua luta contra o câncer foi sofrida e persistente. Submeteu-se a vários tratamentos, como auto-transplante de medula óssea, além de troca de sangue, que o obrigava a viajar uma vez por mês aos Estados Unidos. Claro que nessas condições não podia trabalhar e, apesar de dono de uma razoável fortuna, os altos custos das viagens e do tratamento rapidamente minguaram suas finanças. Quando não tinha mais condições financeiras, tomou conhecimento de uma Fundação existente em Madrid com a finalidade única de apoiar o tratamento de leucêmicos! Graças ao apoio da Fundación Hermosa venceu a doença e voltou a cantar! Claro que recebendo novamente os altos cachês a que faz jus, tratou de associar-se à Fundação e, lendo seus estatutos, descobriu que o fundador, maior colaborador e presidente da Fundação, era o desafeto: Plácido Domingo! Descobriu ainda que o mesmo criara a entidade, em princípio, para atendê-lo e se mantivera no anonimato para não constrangê-lo a ter que aceitar auxílio de um inimigo. O momento mais lindo e comovente entre os dois foi o encontro, imprevisto por parte de Plácido, em uma de suas apresentações em Madrid, onde Carreras interrompe o evento e, humildemente, ajoelhando-se aos seus pés, pede desculpas e agradece-o em público. Plácido levanta-o, e com um forte abraço,os dois selam, naquele instante, o início de uma grande amizade!
Certa vez, em Madrid, li uma entrevista de Plácido Domingo onde a repórter o indagava por que criara a Fundación Hermosa num momento que, além de beneficiar um "inimigo" ainda reviveu o único artista que poderia fazer-lhe alguma concorrência. Sua resposta foi curta e definitiva: "Por que uma voz como essa não se pode perder..."
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Se é verdade que a cada dia basta sua carga, por que então teimamos em carregar para o dia seguinte nossas mágoas e dores? Há ainda os que carregam para a semana seguinte, o mês seguinte e anos afora...
Nos apegamos ao sofrimento, ao ressentimento, Como nos apegamos a essas coisinhas que guardamos nas nossas gavetas, sabendo inúteis, mas sem coragem para jogar fora.
Vivemos com o lixo da existência, quando tudo seria mais claro e límpido com o coração renovado.
As marcas e cicatrizes ficam para nos lembrar da vida, do que fomos, do que fizemos e do que devemos evitar.
Não inventaram ainda uma cirurgia plástica da alma, onde podem tirar todas as nossas vivências e nos deixar como novos. Ainda bem...
Não devemos nos esquecer do nosso passado, de onde viemos, do que fizemos, dos caminhos que percorremos. Não podemos nos esquecer de nossas vitórias, nossas quedas e nossas lutas.
Menos ainda das pessoas que encontramos, essas que direcionaram nossas vidas, muitas vezes sem saber. O que não podemos é carregar dia-a-dia, com teimosia, o ódio, o rancor, as mágoas, o sentimento de derrota e o ressentimento.
Acredite ou não, mas perdoar a quem nos feriu dói mais na pessoa do que o ódio que podemos sentir durante toda uma vida. As mágoas envelhecidas transparecem no nosso rosto e nos nossos atos e moldam nossa existência.
Precisamos, com muita coragem e ousadia, abrir a gaveta do nosso coração e dizer:
Eu não preciso mais disso, isso aqui não me traz nenhum benefício.
E quando só ficarem a lembrança das alegrias, do bem que nos fizeram, das rosas secas, mas carregadas de amor, mais espaço haverá para novas experiências, novos encontros. Seremos mais leves, mais fáceis de ser carregados, mesmo por aqueles que já nos amam.
Não é a expressão do rosto que mostra o que vai no coração? De coração aberto e limpo nos tornamos mais bonitos e atraentes e as coisas boas começam a acontecer.
Luz atrai luz! Beleza atrai beleza! Tente a experiência!!!
Você é único! Sua vida merece que, a cada dia, você dê uma chance para que ela seja plena e feliz.
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Colaboração:
Centro Espírita Amor e Caridade ? Rua José Zortéa, 204 - CAPINZAL SC.
Palestras Públicas (gratuitas) ? Segundas-feiras ? a partir das 19:50 horas.
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