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A PEDIDO

Manifesto da Escola de Educação Básica Mater Dolorum ? Capinzal (SC)

A comunidade escolar da E. E. B. Mater Dolorum vem a público, com apoio do Conselho Deliberativo, Conselho Pedagógico, Associação de Pais e Professores e Grêmio Estudantil, fazer as seguintes considerações:

1.        Os professores, alunos e pais da E. E. B. Mater Dolorum reuniram-se para discutir sobre as dificuldades pelas quais as escolas estaduais estão passando, tanto no aspecto financeiro ? que atinge a estrutura escolar e os próprios professores ? como no pedagógico. Tais discussões culminaram com este manifesto, forma que encontramos para expor a nossa insatisfação e repúdio a essa situação, agravada pela política de contenção de gastos do governo estadual;

2.        A E. E. B. Mater Dolorum não optou pela greve por considerar um ato prejudicial para a comunidade, no entanto, demonstramos nossa indignação frente à desvalorização do profissional da educação. Além do salário ínfimo, os cursos de capacitação, muitas vezes, não satisfazem as exigências da prática pedagógica. Salientamos que não queremos abonos e prêmios eventuais. Queremos uma política condizente com a importância de nossa profissão.

3.        A nossa escola tem aproximadamente 1.100 alunos e os recursos financeiros e materiais estão precários, não atendendo a necessidade dos alunos. Não temos orientação educacional e nem pedagógica, foram feitos cortes nos projetos de laboratórios, de leitura, de reforço de aprendizagem, de arte e cultura e no projeto de esporte na escola. Além disso, a junção de turmas deixou as salas superlotadas, prejudicando o processo de aprendizagem. Há falta de materiais didáticos, de limpeza e higiênicos.  

4.        A biblioteca, no 1º semestre, ficou fechada em alguns turnos. Professores e os alunos precisaram realizar promoções para que alguns profissionais fossem contratados, oportunizando a todos acesso à leitura e pesquisa, até porque educação não se faz sem estes requisitos. Hoje contamos com estagiárias da UNOESC que atendem a biblioteca em alguns períodos, completando os três turnos. Vemos que o que deve ser de responsabilidade governamental passa a ser função de outros setores da sociedade. Porém, os resultados são momentâneos e a situação precária continua.

5.        Em nome de uma política de economia, tira-se da educação e ao mesmo tempo aplica-se em outros setores: criam-se inúmeras secretarias regionais. Criam-se, também, escolas de período integral. Pergunta-se: se não há condições de sustentar escolas em período regulares, como a nossa, como se fará com estes projetos?  Enquanto criam inúmeros cargos nas secretarias regionais, por que não se encaminham especialistas para suprirem a grave falta de pessoas nas escolas? Faltam especialistas em nossas escolas. Promessas à educação são históricas no Brasil. Fazem parte do plano de todo e qualquer governo. Mas o que estamos vivenciando é uma situação jamais esperada no setor educacional catarinense.

6.        Não somos contrários a nenhuma ação que vise sanar a economia do Estado. O que nos deixa perplexos é que pouco ou nada retorna em benefício de alunos, professores, enfim, das unidades escolares. Em plena era tecnológica, nossa escola não possui laboratório de informática e há um único computador para uso de alunos, adquirido, com muita dificuldade, pela escola, que funciona nos três turnos, com alunos de Pré-escolar a ensino médio.

7.        Perguntamos ao Senhor Governador, ao Senhor Secretário da Educação, aos Secretários Regionais, aos Senhores Gerentes das Gerências Regionais, aos Senhores Deputados, que projetos existem para a melhoria do sistema educacional em nosso estado? Que perspectivas temos para os anos vindouros? Escolas sem equipamentos, sem materiais, com dificuldades financeiras? Precisaremos, ainda, fazer promoções para pagar funcionários? Ou ainda, economizar nos materiais didáticos?

8.        Como bons brasileiros, confiantes, aguardaremos o ano novo com grandes expectativas. Alunos, pais, funcionários e professores esperam por boas novas. A sociedade precisa participar e cobrar, o que é direito de toda e qualquer democracia, ações que visem a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos, e isto só acontecerá se cada individuo desenvolver-se através do conhecimento, através da educação. 

Capinzal, 27 de outubro de 2004

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