Por Evani Marichen Lamb Riffel

Há muito tempo atrás, caro (a) Leitor (a) ora alguém citava, ora ouvia alguém citar com clamor a frase: "-com tanta gastança, precisava era de uma árvore que desse dinheiro!!!..."

      Hoje, na atualidade, com o dinheiro sumindo de circulação, ou seja, do bolso da maioria dos brasileiros, sumido no desemprego, na corrupção onde o povão paga a conta com altos e abusivos impostos... Cidadãos desatendidos nos preceitos fundamentais dos Direitos Humanos, quão tantos excluídos, marginalizados padecem, sem o mínimo necessário para sobreviver num país em que "se plantando tudo dá," inclusive a desfaçatez de minorias elitistas... Verdadeiras sementes de desvalores!

      Fujamos pois, Leitor(a), de tanta hipocrisia real para o imagístico mundo de Domingos Pellegrini em: "A Árvore que dava dinheiro" da Série Vagalume, Literatura envolvente que fraseia a questão: "Dinheiro, pra que dinheiro" de Martinho da Vila, letra de música que lembra o tempo do farto dindim...

      ...Pirlimpimpim... vamos à um reconto sinopse da história:

Autor: Domingos Pellegrini  

Editora: Moderna

Categoria: Literatura Infanto-Juvenil / Literatura Juvenil/ 1981.

A ÁRVORE QUE DAVA DINHEIRO

      Havia no mapa Terra, uma pequena cidade chamada Felicidade, onde morava um velho tão sovina, tão sovina que usava um pé de chinelo esquerdo e o pé do sapato direito, só para economizar as solas.

      Certo dia o velho sovina adoeceu gravemente e não quis se tratar para não gastar seu rico dinheirinho. Aconteceu, pois, que padeceu deste mal.

      Ele deixou um testamento lavrado. Suas inúmeras casas de aluguel ficariam para seus inquilinos. Deixou uma cláusula interessante: os herdeiros teriam que plantar na Praça de Felicidade 3 sementes que ele reservou.

      O alvoroço foi geral, todos comemoravam o ganho das casas. Alguém mais atento, (o tabelião), tratou de plantar as tais sementes.

      Passou-se um período e logo todos notavam uma árvore que crescia frondosa na Praça pública de Felicidade. Crescida a árvore floresceu. Pasmem! Seus frutos eram dinheiro que quando maduro caía e esvoaçava ao vento.

      Logo os felicenses todos andavam olhando só para o chão e esquivando-se disfarçadamente. Ninguém mais se falava, todos circulavam absortos catando notas novinhas de dinheiro pela cidade. Tornaram-se sequiosos e individualistas acumulando o precioso achado, da tal árvore que dava dinheiro.

      O dinheiro achado era tanto que as famílias do lugarejo começaram a planejar mudanças, pois haviam enriquecido.

      Felicidade tornou-se uma cidade movimentada, os comerciantes proveram-se de muitas variadas e onerosas mercadorias e tudo vendiam. Acumulavam dinheiro os comerciantes. Os consumidores, habitantes de Felicidade, juntavam cada vez mais dinheiro da árvore que dava dinheiro e tudo compravam.

      Um belo dia, a população toda movida pela ganância, picou a árvore, escavou em roda e picou um pedaço de raiz e galhos para cada cidadão plantar e cuidar da sua própria árvore de dinheiro.

      As novas árvores cresceram e produziram muiiiitoooo mais dinheiiirooooo!!!! As pessoas nem sabiam mais onde guardar tanto dinheiro.

       Sonharam em viajar, mudar de vida em outras bandas.

Foi então, que uma família juntou os trapos e os sacos de dinheiro que tinham guardado e saíram estrada afora.

Outros e mais outros foram seguindo... com sonhos grandiosos de mudança. Cansados pararam para pernoitar no caminho, então a mulher observou: -marido, por que carrega este peso das roupas usadas e velhas, vamos jogar fora e depois compramos tudo novo, dinheiro é o que não nos falta, estamos ricos.

       Assim o fizeram! Quando a noite chegou despejaram as roupas na relva para dormir e depois ficaria para trás, jogada fora. Porém, qual foi a surpresa quando apareceu o dinheiro esfarelado em meio as roupas... Cruz credo! Exclamou a mulher!

-Leitor(a), quer saber do enredo final desta história?

Garimpe numa biblioteca e leia este maravilhoso livro...

Depois responda:

      -Dinheiro traz felicidade?

      -É possível felicidade sem dinheiro?

Ei... Você aí... -Tá gastando além da conta???...

-Tá acreditando em mudanças, vivendo num país em que prantando tudo dá?

-Ah!!! Só farta prantá no outono do próximo período governamental pois, agora, agora... Só dá pra podá!!!!

"-Tá pensando que dinheiro dá em árvore?"

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Escritora, pedagoga epsicopedagoga