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Lendo com Você - 023

Professora ? ANA SCHIRLEY FAVERO

Tenho sempre repetido com convicção e conhecimento de causa que o nosso país vivencia a crônica doença da falta ou da pouca leitura.

Mas devemos ter consciência, em contrapartida, de que alguma coisa se deve fazer para minimizar os problemas da educação e ensino nacionais.

Dentre as intenções e projetos gestados, sobretudo a partir dos professores, para enfrentar a chamada "crise da leitura escolar", têm tomado vulto, dos anos 70 para cá, as propostas de ensino da língua materna, que contemplam a prática da oralidade, da leitura e da produção escrita, em sua dimensão discursiva.

Tais propostas de ensino da Língua Portuguesa, no que se refere à prática da leitura, propõem um exercício variado do ato de ler: textos de ficção literária como: conto, crônica, novela e romance, o gênero poético, mas também livros informativos, os textos da imprensa periódica e os publicitários, etc.

A leitura é uma correspondência não só com o livro, mas também com o nosso mundo interior através do mundo que o livro nos abre.

Exemplifico isso com mais uma experiência vivenciada com meus alunos. Foi lido para eles uma pequena crônica que falava da clonagem. Em seguida, conduzido pela professora, foi feito um comentário reflexivo sobre o tema da crônica.

Proposta a criação de um texto, veja o que dois deles passaram a produzir, depois que o enredo do que se leu, enredou o leitor:

SOBRE A CLONAGEM ( Ana Paula Baretta Savaris)

Na escola, estávamos estudando sobre clonagem. Eu cheguei em casa e pensei muito...

Se clonarem o meu pai, eu terei outro pai legal, sincero e amigo. Já pensou dois pais com todas essas qualidades?!

Mas, espera aí, e o outro lado do meu pai? Aquele, quando fica bravo, "sai de perto"! Se for este também, não quero que façam clone nenhum do meu pai.

Pensei mais uma vez, pensei muito.

Se clonassem o meu pai, será que os sentimentos interiores seriam iguais a do meu pai verdadeiro?

Será que eles iriam torcer para o mesmo time? Gostar da mesma cor, da mesma comida, da mesma roupa, ou seja, das mesmas coisas?

Isso, eu não sei, mas eu sei que não quero que ninguém clone o meu pai, porque se clonarem, quando ele ficar bravo, vão ser dois pais para brigar comigo.

 

 

CLONE NÃO VALE A PENA (Aroldo Barison Zanini)

Estava no computador pesquisando sobre clonagem. Achei muito legal e logo pensei;"que tal clonar a minha mãe!

Mas quando observei o preço, me assustei- R$ 100.000,00 ?! É muito dinheiro, pois só pretendo clonar a parte boa, porque as "manias de mãe", eu não quero.

Sabe de uma coisa- não quero clone nenhum da minha mãe. Será que o clone vai ter os mesmos sentimentos? Será que o clone da LULI vai fazer aqueles chamegos em mim?

Acho que nenhum cientista terá condições de clonar os mesmos gostos, os mesmos sabores, os mesmos encantos e os mesmos mimos que a minha mãe possui na alma.

Não quero ter duas mães. Quero apenas a verdadeira LULI, a minha mãe carinhosa, amiga, companheira e confidente.

Parabéns, Ana Paula e Aroldo pelos textos originais e únicos.

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