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O Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares

Prof. Evandro Ricardo Guindani



A cada mês ficamos sabendo de novas escolas que estão aderindo ao Programa das chamadas escolas cívico-militares. Como já abordei na semana anterior, algumas perguntas precisam ser respondidas: O Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares nasce de uma demanda proveniente do chão da escola? Quais demandas da realidade educacional esse Programa vem atender? Você diretor(a), supervisor(a), professor(a) foi consultado e ajudou a construir esse Programa?
Fico com algumas dúvidas:
- Como está se dando essa adesão das escolas?
- Quem decide sobre essa adesão?
- A equipe diretiva explica com detalhes aos pais o que de fato significa essa adesão?
- Os pais entendem com clareza que escola cívico-militar não é a mesma coisa que "colégio militar" ?
- Os pais estão apoiando porque pensam que seus filhos vão sair da escola e entrar para  a carreira militar ou para o Exército?
- O que a escola está ganhando com essa adesão? Mais recursos? Quais os ganhos?
- Está claro como será essa relação entre duas instituições diferentes convivendo num mesmo espaço?
- Às escolas que já aderiram, eu pergunto: o que mudou?
- Qual o papel dos militares dentro das escolas?
E agora eu  ainda pergunto:
O exército ou a polícia militar aceitariam que professores fossem trabalhar com a formação de novos soldados?
Os militares aceitariam que professores de sociologia, história, geografia, filosofia fossem lá dentro discutir e problematizar conceitos de autoridade, obediência, política econômica, poder, preconceito contra homossexuais, racismo, violência e criminalidade?
Só pra gente pensar...
Penso que antes das escolas começarem a aderir como está acontecendo em alguns municípios, é fundamental um debate, audiências públicas.
Quando apenas obedecemos sem questionar voltamos à condição de animais irracionais, apenas nos adaptamos e não transformamos a realidade;
Como professor de filosofia me sinto na obrigação de fazer perguntas, sem julgar, apenas problematizar, pois a dúvida, a pergunta e o questionamento são os motores da evolução humana.

Prof. Evandro Ricardo Guindani
Universidade Federal do Pampa - Unipampa
São Borja-RS


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