Nos Momentos Graves

O Materialismo teve o seu apogeu no século XIX, época das grandes descobertas e invenções, culminando no predomínio da prepotência do ser humano, julgando-se o ser mais importante das criaturas no infinito universo. Entendia o homem que aqueles que detinham a posse das grandes riquezas, os que detinham o poder e mais ainda a inteligência estariam mais perto da felicidade.

  A sociedade hodierna já direciona suas buscas para o equilíbrio, entendendo que, embora vivendo num mundo predominantemente materialista, a posse dos bens, o poder e a inteligência já não são suficientes. O ser humano necessita da paz, da paz de espírito e para tanto há a necessidade da consciência tranquila. Corroborando com isto, já temos presenciado o retorno de muitas pessoas às origens, ou seja, o retorno a uma vida simples, ao interior. Mas percebe-se, principalmente a busca pela espiritualidade, a interiorização do ser.

O Espiritismo é grande alavanca nesse comenos, oferecendo os subsídios para aqueles que demonstram essa preocupação. Em O Livro dos Espíritos, questões 919 e 919a o Espírito Santo Agostinho oferece-nos uma verdadeira reflexão filosófica em torno do Conhecimento de Si Mesmo. Vale a leitura. Santo Agostinho nos instiga a conhecermo-nos melhor para reconhecermos as nossas virtudes e desenvolve-las cada vez mais, mas também nos incentiva a buscarmos a extirpação de nossos defeitos e vícios, abordando com muita propriedade que é necessário muita coragem e determinação para reconhecermos os nossos defeitos e procurar vencê-los, inobstante os arrastamentos que trazemos conosco desta vida e de outras. É uma luta incessante contra o homem velho que teima em conviver conosco. A Doutrina Espírita também nos ajuda no raciocínio claro de que estamos todos sujeitos à Lei de Causa e Efeito, por isso precisamos direcionar melhor os nossos pensamentos, sentimentos e atitudes para que possam ser sempre destinadas ao bem, precisamos trabalhar o perdão das ofensas e dos nossos ofensores, para que também possamos ser merecedores do perdão daqueles a quem ofendemos.

Enfim, é uma batalha cotidiana incessante nesta busca por domarmos os nossos impulsos, nossos arrastamentos, porque tudo depende de nós. Se já conseguirmos enxergar as dificuldades e limitações como oportunidades concedidas por Deus para a nossa remissão, conseguiremos a resignação necessária ante os obstáculos e teremos a força e coragem para vencê-los, com a galhardia necessária.

Nossos dias são ensejos para buscarmos o equilíbrio e a evolução almeja, e vejamos a colaboração que o Espírito Andre Luiz nos traz, através de lavra mediúnica de Chico Xavier neste texto abordando este tema. Vale a pena não apenas a leitura do texto a seguir, mas a profunda reflexão, meditação em torno do assunto.

Nos Momentos Graves

Use calma. A vida pode ser um bom estado de luta, mas o estado de guerra nunca uma vida boa.

Não delibere apressadamente. As circunstâncias, filhas dos Desígnios Superiores, modificam-nos a experiência, de minuto a minuto.

Evite lágrimas inoportunas. O pranto pode complicar os enigmas ao invés de resolvê-los.

Se você errou desastradamente, não se precipite no desespero. O reerguimento é a melhor medida para aquele que cai.

Tenha paciência. Se você não chega a dominar-se, debalde buscará o entendimento de quem não o compreende ainda.

Se a questão é excessivamente complexa, espere mais um dia ou mais uma semana, a fim de solucioná-la. O tempo não passa em vão.

A pretexto de defender alguém, não penetre o círculo barulhento. Há pessoas que fazem muito ruído por simples questão de gosto.

Seja comedido nas resoluções e atitudes. Nos instantes graves, nossa realidade espiritual é mais visível. 

Em qualquer apreciação, alusiva a segundas e terceiras pessoas, tenha cuidado. Em outras ocasiões, outras pessoas serão chamadas a fim de se referirem a você.

Autor: André Luiz -  Psicografia de Chico Xavier. Livro: Agenda Cristã

Boa Semana

HPaim