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DEUS É O NOME QUE DAMOS AO DESTINO



O filósofo Ludwig Feuerbach (2013), na sua obra "A essência do cristianismo", faz uma análise antropológica da religião, ou seja, ele busca entender como e onde surge o desejo e a necessidade humana da religião.
Já ressalto que, para quem quiser discordar do filósofo, é preciso ter bem claro que ele não fala a partir da Teologia mas sim da Filosofia.
Há muita diferença de abordagem entre os dois campos de conhecimento. A Teologia cristã por exemplo parte da Bíblia como sendo uma verdade revelada, ou seja, de antemão já considera Deus como um ser que agiu e age ao longo da história.
Já fui seminarista, estudei um pouco de Teologia e atualmente tenho me aprofundado mais em abordagens provenientes da Filosofia e Antropologia da Religião. E uma das obras que estou estudando é esta citada acima.
Enfim, Feuerbach, nesta obra, faz uma reflexão sobre a relação entre o destino e a ideia de Deus. Para ele, quando o homem se sente impotente diante da incerteza do futuro, ele projeta sua incapacidade de conhecer o futuro na figura e imagem de Deus...
Você já deve ter ouvido as expressões:
"Deixa isso nas mãos de Deus, ele sabe o que faz"
Quando algo que você se frustra nas suas expectativas sobre algo você diz:
"Tudo bem, foi Deus que quis assim..."
"Se for pra dar certo, Deus sabe como fazer, se não der é porque Deus sabe o que faz..."
Deus é o nome que damos à indeterminação, à incerteza...
Como temos muita dificuldade em convivermos com a insegurança, porque as vezes ela está ligada à própria vida de alguém que amamos, projetamos essa nossa fraqueza na imagem de um Ser mais forte do que nós...
Por exemplo, um filho seu vai combater na guerra e tem grandes chances de ser morto... Seu pai ou mãe vai passar por uma cirurgia de alto risco...Como lidar com tudo isso?
E assim o filósofo explica uma das razões de existir a fé...
E aí surge o discurso todo o arcabouço da Teologia com toda forma de explicação que tenta deixar o crente confiante de sua aposta em Deus...
Uma infinidade de trechos bíblicos busca "explicar" sem nada comprovar, que Deus nunca abandona quem nele confia...
Na verdade, tudo isso, segundo Feuerbach, que faz uma análise antropológica da religião, serve para ajudar o ser humano a lidar com a insegurança, incerteza, indeterminação...
E podemos também afirmar que na verdade o indivíduo busca uma forma de fugir da angústia e do desespero humano...

Referência
FEUERBACH, L. A essência do cristianismo. Trad. José da Silva Brandão. Petrópolis: Editora Vozes, 2013

Prof. Evandro Ricardo Guindani
Universidade Federal do Pampa - Unipampa
São Borja-RS



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