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Capitalismo cruel e sanguinário...

Prof. Evandro Ricardo Guindani Universidade Federal do Pampa - Unipampa

Um dos maiores problemas do sistema capitalista é a naturilazação das desigualdades e suas consequencias. E esse processo de naturalização produz tambem as justificativas para que alguns não tenham nenhuma dor na consciência ou ainda , nao fique incomodado.

Na universidade onde trabalho, coordeno um projeto de tênis de mesa para crianças e jovens da comunidade. Alunos de diferentes escolas da cidade, passam as tardes de sábado brincando e aprendendo as técnicas de mesa. Quando manifestam mais interesse e dedicação também são levados para competições pelo Estado do Rio Grande do Sul, quase sempre com transporte oferecido pela própria universidade. Além de competir, esses jovens e crianças tambem vivenciam um momento de lazer fora de sua cidade.

Há alguns dias senti falta de um jovem, aluno do ensino fundamental, que estava se destacando no esporte. Encontrei o mesmo trabalhando no supermercado, pelo programa Jovem Aprendiz. Ele trabalha até sábado ao meio dia, então disse a ele para ir aos treinos no sábado a tarde, e qual foi a resposta? Meio cabisbaixo ele me disse: “É que a tarde eu tambem preciso trabalhar em outro lugar, como servente de pedreiro”. Um menino de 14 anos não consegue ter nem mesmo um dia na semana pra poder praticar um esporte.

Ao fazer um estudo sobre o capitalismo, Karl Marx já dizia que esse sistema escravizava as pessoas e que as mesmas não teriam energia ou animo para fazer mais nada, alem de trabalhar. Pensemos hoje, em um trabalhador que fica 8h por dia em um trabalho exaustivo, como terá energia e disposição para estudar ou ler no período noturno?

Mulheres que trabalham fora de casa, é ainda pior, no terceiro período do dia, ou no domingo, precisam dedicar-se a cuidar da casa e filhos. Enquanto isso, pessoas da elite possuem empregadas domésticas, além de terem um tempo disponível para leitura, estudo, lazer, etc...

Eu acho que nunca podemos naturalizar isso, devemos nos indignar e lutar para que as coisas mudem. Como? Participando em lutas sociais e votando em políticos que também ficam indignados com isso. Já seria um passo. Não naturalize a desigualdade, ela é cruel, ela aborta sonhos, ela mata o presente e o futuro de milhões de jovens...


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