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O TEMPO jornal de fato

As crenças, a ética e a violência

Prof. Evandro Ricardo Guindani Universidade Federal do Pampa - Unipampa

A crença é um processo individual, você somente adere a uma crença quando ela faz sentido para você, ou seja, quando você a conecta em memórias afetivas, em lembranças e conhecimentos já armazenados em seu cérebro.

Isso nos aponta o perigo de você querer impor sua crença para alguém ou para um grupo que pensa diferente do seu. A crença também pode te impedir ou dificultar de dialogar com alguém que possui outras crenças, porque o diálogo se dá pela via lógico-racional da linguagem. Diante disso é que você deve refletir sobre a relação entre aquilo que você acredita e o outro, ou seja, adentramos no campo da ética. A ética é um campo de conhecimento da filosofia que estuda dentre outras coisas, a moral, as relações humanas em diálogo com os valores, as concepções de certo e errado vinculadas à cultura e ao universo da subjetividade. Conforme já refletimos anteriormente, as crenças compõem a dimensão da nossa subjetividade, estão alicerçadas em valores que são construídos e compartilhados nos grupos e comunidades onde nascemos e convivemos.

As crenças aliadas a valores morais por exemplo podem levar inclusive alguém a matar o outro. A cor da pele, a roupa, o jeito de andar, juntas, essas características quando chegam ao cérebro de alguém que é racista podem produzir um determinado falso sentido da realidade que o levem a disparar um tiro contra o outro.

Certa vez em uma determinada cidade do meio oeste catarinense, eu estava ao lado de uma pessoa cristã fundamentalista que ao avistar um grupo de jovens vestidos de pretos com tatuagens e piercings disparou a seguinte afirmação: “olha lá uma turma de gente da pesada, sem ´Deus´”. As crenças desta pessoa são as responsáveis por produzir uma compreensão apressada da realidade, um caminho simplista de raciocínio e preconceituoso contra o outro. Roupas pretas, assessórios e imagens relacionadas ao estilo musical do rock, apresentam muitos elementos que já foram estereotipados e demonizados pelas religiões cristãs. Essa pessoa que fez essa afirmação era uma católica conservadora. Um caminho mais trabalhoso e complexo, para esta pessoa realmente saber quem eram aqueles jovens, seria sentar e conversar com eles, mas para isso ela teria que se libertar de suas crenças, problematiza-las, duvidar de suas certezas. Precisamos combater o fundamentalismo religioso!


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