Prof. Dr. Adelcio Machado dos Santos Jornalista (MT/SC 4155)
Primeiramente, vivemos em uma era marcada pela ubiquidade das tecnologias digitais e pelo protagonismo das redes sociais na construção da identidade e nas interações sociais. A pós-modernidade, caracterizada por uma fragmentação cultural e pelo questionamento das grandes narrativas, tem incentivado novas formas de expressão individual e coletiva. Nesse cenário, a autoexposição tornou-se um fenômeno central, onde o compartilhamento constante de detalhes pessoais é tanto um reflexo quanto uma consequência das dinâmicas socioculturais contemporâneas.
Outrossim , a obsessão pela autoexposição pode ser compreendida como um sintoma do desejo de validação e pertencimento em uma sociedade cada vez mais conectada. Redes sociais como Instagram, Facebook e TikTok fornecem plataformas para a exibição de aspectos da vida pessoal, desde momentos cotidianos até conquistas e experiências significativas. Contudo, o que poderia ser uma simples ferramenta de comunicação transformou-se em um mecanismo de busca incessante por aprovação, muitas vezes medido pelo número de curtidas, compartilhamentos e comentários.
Por conseguinte, essa dinâmica está profundamente enraizada nos valores pós-modernos, que privilegiam a efemeridade, a performatividade e a individualidade. A identidade, antes considerada uma construção relativamente estável, passou a ser vista como fluida e maleável, sujeita às exigências e expectativas da audiência digital.
Destarte, o eu pós-moderno é constantemente recriado, adaptando-se às mudanças e às tendências do ambiente virtual.
Posto que a autoexposição possa ser percebida como um meio de empoderamento e de conexão, também traz consigo uma série de impactos negativos. A necessidade de apresentar uma versão idealizada de si mesmo pode gerar ansiedade, baixa autoestima e comparações prejudiciais. Além disso, a sobreposição entre a vida pública e privada levanta questões sobre privacidade, segurança e autenticidade.
Para ademais dos indivíduos, as instituições e empresas também participam dessa cultura de autoexposição, utilizando dados pessoais para fins comerciais e moldando comportamentos por meio de algoritmos. Esse contexto gera preocupações éticas e exige reflexão crítica sobre os limites e as implicações dessa prática.
No entanto, é possível vislumbrar caminhos para uma relação mais saudável com as plataformas digitais. A educação midiática, o fortalecimento do senso crítico e a promoção de espaços de convivência são iniciativas fundamentais para equilibrar o desejo de conexão com a preservação da integridade pessoal.
Em epítome, a autoexposição obsessiva é, portanto, um fenômeno complexo e multifacetado que reflete as tensões da pós-modernidade.
Poe final, entender seus impactos e buscar formas de mitigar seus excessos é essencial para promover uma sociedade mais equilibrada e consciente, onde as tecnologias sejam utilizadas como ferramentas de construção, e não como elementos de destruição do bem-estar.
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