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Iara Dreger – exposição que desafia mentes Prof. Dr. Adelcio Machado dos Santos

Prof. Dr. Adelcio Machado dos Santos

                                                   Crítico de Arte

                                                          

Em primeiro lugar, na tarde silenciosa de um inverno suave em Florianópolis, a galeria da Assembleia Legislativa de Santa Catarina se tornava um reduto vibrante de cores e formas. A artista Iara Dreger, com sua paleta ousada e pincelada decididas, trazia à vida uma exposição de obras abstracionistas que desafiavam e encantavam o olhar dos presentes.

Ao adentrar o espaço expositivo, o visitante era imediatamente imerso em um mar de abstrações que, paradoxalmente, pareciam contar histórias concretas. Cada tela, uma janela para o universo particular de Iara, revelava uma maturidade artística rara, fruto de anos de dedicação e experimentação.

As cores, ora suaves e etéreas, ora intensas e passionais, dançavam sob a luz das lâmpadas da galeria, criando um balé visual que prendia a atenção e provocava reflexão. Formas geométricas e orgânicas se entrelaçavam em uma harmonia caótica, onde o aparente desordenamento era, em verdade, uma coreografia meticulosamente orquestrada pela artista.

De outro vértice, em uma das obras, manchas de azul profundo se fundiam com traços dourados, evocando o mistério das profundezas oceânicas. Em outra, explosões de vermelho e laranja pareciam capturar a essência de um pôr do sol flamejante, transcendendo a tela e transportando o espectador para um crepúsculo imaginário. A presença de texturas variadas, desde superfícies lisas até relevos marcantes, convidava ao toque, embora o respeito pela obra impusesse uma distância reverente.

Igualmente, os visitantes, ao percorrerem a galeria, murmuravam entre si, compartilhando suas interpretações e emoções despertadas pelos quadros. Alguns viam nas formas abstratas representações de sentimentos humanos – amor, tristeza, esperança. Outros, imersos em sua própria subjetividade, encontravam conexões com memórias e experiências pessoais.

O evento não era apenas uma exposição de arte, mas um convite à introspecção e ao diálogo interior. Iara, com sua sensibilidade e habilidade, conseguia transmitir, através de sua arte, uma linguagem universal que falava diretamente à alma. A maturidade de sua obra não se refletia apenas na técnica impecável, mas também na capacidade de comunicar o inefável, de transformar o invisível em visível, o intangível em tangível.

À medida que o sol se punha e a luz natural da galeria diminuía, as obras de Iara continuavam a brilhar com uma luz própria, como faróis guiando os visitantes através de um mar de emoções e pensamentos. E, assim, cada pessoa que deixava a galeria carregava consigo um fragmento daquela tarde, uma pincelada do universo abstrato de Iara, gravada em sua memória e coração.

Por fim, naquele espaço sagrado da Assembleia Legislativa, a obra de Iara não apenas decorava paredes; ela desafiava mentes, provocava sentimentos e, acima de tudo, celebrava a beleza e a complexidade da  abstração.

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