Receita Federal em Cascavel apreende R$ 620 mil em cigarros eletrônicos e medicamentos |
Prof. Evandro Ricardo Guindani Universidade Federal do Pampa - Unipampa
Muitas vezes nos deparamos com pessoas que se vangloriam por terem alcançado o sucesso profissional ou financeiro apenas com seu trabalho e esforço próprio. Geralmente essas pessoas são privilegiadas mas não reconhecem. “Ah, mas minha família é pobre e humilde...” E eu te pergunto: “Você sempre teve comida na mesa?”; “você sempre teve uma cama para dormir?”; “a maioria de seus pais e avós são brancos”?; “Sempre teve alguém da família ou amigos para recorrer na hora de aperto financeiro?”; “Seus pais ou avós possuíam casa própria?”; “Sempre foi tratado sem discriminação e preconceito na sociedade?”; “conseguiu concluir o ensino médio antes dos 18 anos?”; “Seus pais ou responsáveis conseguiam te auxiliar nas tarefas da escola”? “Você recebeu alguma herança de seus pais como dinheiro, carro, terrenos, casa?”
No Brasil em que vivemos, se você respondeu sim para a maioria das perguntas acima, você já pode ser considerado uma pessoa privilegiada.
Também é muito comum as pessoas falarem que trabalharam desde criança na roça. É muito diferente uma criança filha de um agricultor com muitas posses ter contribuído com seu trabalho na roça no século passado, sempre bem alimentado em casa, do que hoje uma criança com sete anos ter que sair de casa com fome e vender pastel na rua para ajudar a mãe comprar comida.
Quais as condições de nutrição e saúde de uma criança que ia para roça trabalhar e de uma criança que mora numa favela hoje? É muito diferente você acordar cedo para trabalhar na sua propriedade de milhares de hectares do que um trabalhador rural acordar cedo para trabalhar para os outros e receber um salário mínimo...
Eu por exemplo, consegui estudar no seminário católico com 14 anos de idade, enquanto que vários colegas meus de escola, não tiveram o mesmo privilégio que eu tive, pelo fato de terem que trabalhar para ajudar em casa. Meus pais eram trabalhadores, posso afirmar que não eram ricos, mas em comparação com meus colegas de escola, eu fui sim, um privilegiado. Mesmo quando saí do seminário e comecei a trabalhar, sabia que podia contar com meus pais para alguma emergência. Meus pais recebem uma aposentadoria abaixo de 2 salários mínimos, mas possuem uma casa própria, construída em um terreno que herdaram de seus pais. Vivem de forma simples, não são ricos, mas somos privilegiados em relação à sociedade brasileira como um todo.
Antes de criticar alguém ou fazer juízo de valor, reflita, apenas reconheça seus privilégios!
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