Professor Me. Ciro José Toaldo

       No auge da campanha eleitoral, escrever sobre política é algo complicado, pois alguns leitores serão despertados, segundo seu entendimento e ideologia para ter a reação de rancor e não concordando com a ideia aqui proposta; por outro lado, outros terão afeição e concordância com este escrito.

      Estamos inseridos em um país cujo sistema politica é de uma República Federativa, composta por Três Poderes e, na sua essência, era para ser harmônico, ter independência e cada qual desenvolver sua função, contudo, percebe-se um conluio, entre este trio, cada um buscando defender seus interesses impregnados no exercício de uma perversa politicagem ideológica que denigre o conjunto da República, fazendo de quem ocupa o poder, esquecer-se de atender os interesses gerais do cidadão, sepultando o bem comum!

      Dentro deste prisma catastrófico, apenas temos a continuidade histórica da politicagem. O jogo de interesse, tendo a busca de vantagens pessoais, no subterfúgio de ideais mirabolantes, tendo relação com fins ideológicos e inescrupulosos afetando toda a nação. 

      Não é somente a famigerada ‘politicagem’, descrita em artigos anteriores, também vivenciamos um governo estabelecido na teoria do ‘trancos e barrancos’, não relacionada ao termo original, designado vencer com bravura, mas no termo chulo: ‘levar a coisa de qualquer forma’, tendo a pior das consequências: conduzir o país ladeira abaixo!

     Constatação, triste e desanimadora que gera antipatia e ojeriza ao conceito de política. Evidentemente, isso se relaciona às implicações da história brasileira, vinda do coronelismo que implantou a politicagem mediante trocas de favores, surgindo o nefasto ‘voto de cabresto’, lamentavelmente presente no pleito de 2024!

      ‘Aos trancos e barrancos’ a politicagem é permeada na ‘camaradagem’ e na ‘troca de favores’ entre as esferas dos Três Poderes; a atração pelo poder, atrelado ao ‘fiéis amigos’, promove a repugnante retribuição de cargos entre esse perverso compadrio de criaturas, com o único desejo de obter mera função pública e passar a receber ‘gordos’ salários. Neste cenário pernicioso, ficará à deriva o imbecil e frustrado cidadão, pagador de impostos que fica sujeito às intempéries da Lei, aliás, perpetua-se a máxima: ‘aos amigos tudo é possível, aos demais mantem-se a rigorosidade da lei’.

      Como é deplorável e humilhante essa constatação, sobretudo quando se verifica inúmeras ações feitas com o aval do maior órgão da justiça brasileira. Apenas para citar um caso: as várias anulações em relação à operação ‘Lava Jato’. Será que todas as cenas que mobilizaram enorme aparato judicial, tendo ampla repercussão na imprensa foram meras ‘encenações’? Desvio de muito dinheiro público, empresas crescendo à custa de falcatruas, políticos safados e sanguinários carregando malas de grana sendo ‘absolvidos’ e com o escárnio da volta à cena política para fazer tudo novamente, entretanto, agora com o conluio dos demais Poderes!

     É preciso ser forte para não desanimar frente ao desdém desta justiça que beneficia quem os colocou nos respectivos cargos, contando com apoio de uma mídia paga com dinheiro público para ser subserviente. E, ainda contanto com apoio de grande parte da população ‘cega’, fingindo não saber nada!

     Até quando conviveremos com a politicagem e parcialidade na justiça? Por que os aspectos ideológicos são primordiais para quem conquista o poder? Por que os denominados ‘governos ditos populistas’, ao assumir o poder, estabelecem vantagens somente ao seu grupo, esquecendo-se do seu povo?

     Enfim, aos ‘trancos e barrancos’ convivemos com um governo que usa o povo como massa de manobra para obter benesses ao seu grupo! Quiçá, neste pleito de 06 de outubro, a nação avance fazendo reflexão antes de votar! Quem sabe conscientize-se que voto não tem preço, somente consequência!