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Amor baseado em aparências

Adriana Zílio/ PSICÓLOGA

       Sem dúvida, no nosso tempo, as pessoas têm preferido a imagem, a cópia, a representação e a aparência ao ser. Vivemos hoje na chamada ?sociedade do espetáculo?.

       A mulher atual, produto desta cultura, deseja agora ser mais magra e ter uma série de características modeladas pela famosa da vez, que tanto pode ser uma modelo quanto uma estrela hollywoodiana. Mas essa nova mulher também que amar mais e melhor.

       Nesse meio tempo, o corpo se tornou fonte de interrogações, transformando-se em tema de investigações científicas e tecnológicas. Se o nariz é grande, diminua. Se o queixo é muito para trás, avance. Se a menina tem tendência a uma estatura baixa, que se suspenda a primeira menstruação, para ela, talvez, conseguir ganhar alguns centímetros. Se os seios são infantilmente pequenos, que sejam preenchidos com o versátil silicone. E mais tantas outras possibilidades, por ora, se oferecem para formatar e transformar o corpo.

       Existem também os múltiplos esforços para apagar as marcas do envelhecimento. Afinal, envelhecer virou sinônimo de descuido. Tudo isso, todos esses recursos estão aí para evitar ter que suportar ou elaborar os conflitos, as insatisfações. Enfim, o corpo virou um campo de batalhas para as mulheres.

       As imagens de corpos sublimes difundidas pela mídia tem a capacidade de gerar dúvidas e causar complexos em muitas mulheres em relação ao seu próprio corpo. A pretensa onipotência dessas imagens faz com que uma grande parte delas mantenha-se insatisfeita e ansiosa por quase todo o tempo.

       Há também um fator de desigualdade que funciona como agravante dessa situação. Enquanto para as mulheres o fator beleza não está no primeiro plano em sua busca de um companheiro, para os homens a recíproca não é verdadeira. Eles esperam, sim, encontrar a beleza no sexo oposto. Embora, talvez, não só isso. Mas que homem nunca sonhou ser visto circulando ao lado de uma bonita mulher? Funcionando como um troféu, a beleza feminina realça o valor e a posição dos homens: como se a partir dessa referência ele se tornasse mais competente e mais viril. É freqüente vermos homens da terceira idade com mulheres muito mais jovens do que eles. A condição oposta, de uma mulher mais velha ao lado de um homem mais jovem, ainda é condição excepcional e continua sendo mal aceita socialmente.

       Quando falamos a respeito do relacionamento entre homens e mulheres, sempre há muito a ser dito e, principalmente, a ser ponderado. Mas talvez a principal lição que podemos aprender a partir dos desencontros de desejos e de encontros sustentados unicamente pela aparência externa seja a de que precisamos tentar propiciar, a partir de reflexões, a certeza de que ?o amor precisa ser reinventado?.

 

Adriana Zílio/ PSICÓLOGA  CRP 12/03086

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