(Para os homens, aprender a expressar emoções é garantir seu equilíbrio saudável)

Nos últimos tempos temos observado uma mudança radical no comportamento de homens e mulheres em relação à expressão de sentimentos. Hoje em dia, parece que as mulheres se assustam quando um homem ?abre o coração? para elas e falam de seus sentimentos, suas dúvidas e angústias mais profundas.

                O homem passou a chorar, a reconhecer que tinha sentimentos e a demonstrar esses sentimentos. Aí a mulher entrou em pânico! Como lidar agora com esse indivíduo que, por vezes, se mostra fragilizado? Como substituir esse antigo senhor, que, inconscientemente, trazia a força da segurança e da estabilidade, por uma simples pessoa, igualzinha a ela, com medos, angústias, dúvidas e aspirações?

                Desta vez são os homens que estão aprendendo aquilo que antes era uma característica feminina: a sensibilidade. Sentir, chorar, sofrer e amar deixou de ser coisa de mulheres ou de maricas para se tornar o que de fato é: um sentimento essencial da estrutura humana. Cada dia fica mais claro que represar os sentimentos, acaba levando, sim, a um lugar: ao cardiologista ou, ao psiquiatra.

          A não exteriorização dos sentimentos é responsável por uma série de manifestações somáticas, algumas de relevante gravidade, como, por exemplo, o infarto do miocárdio. E a doença psicológica da atualidade, a chamada síndrome do pânico, que, claro, tem lá seus componentes biológicos, é a maior manifestação dessa explosão repentina e descontrolada daquelas emoções que estão escondidinhas no fundo da alma.

         Enfim, homens e mulheres, indiscutivelmente, sentem! Sentem alegrias e tristezas, sucessos e frustrações, medos e ousadias, insegurança e aflição. Saber expressar isso tudo para um companheiro ou companheira é como desnudar-se de alma perante o outro. É aquela entrega que, para muitos, supera a intimidade sexual, pois é a verdadeira intimidade pessoal, a cumplicidade de espírito que leva ao encontro e ao crescimento das pessoas e da relação.

         Isto é, de fato, ser homem e sentir! De forma sincera, verdadeira e profunda.

ADRIANA ZILIO ? PSICÓLOGA  CRP 12/03086

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