Pela Professora Evani Marichen Lamb Riffel

      Caro/a Leitor/a, em tempos da pandemia COVID-19, nós terráqueos vivenciamos um tempo atípico, incerto. Dormimos e acordamos nos perguntando se é real o que está acontecendo ao redor do mundo: -Qual o poder de um vírus fatal? Que mudanças já aconteceram, acontecem, acontecerão no período on coronavírus e after coronavírus???!!!!...

      ...Os badalos dos sinos nas igrejas católicas brasileiras, neste dia 15/08/2020, regeram, regem um som não fúnebre, mas de respeito e solidariedade para o dia em que o País Brasil divulgou em boletim oficial seus 100.000 pacientes letais por COVID-19.

      Fugindo do lógico, do convencional, do esperado, do padrão, do evidente, convido os leitores a mergulhar no imaginário ficcional mundo de Suarius: um personagem que em 2022 mergulha em busca de um mundo "novinho em folha."

UM CONTO COVID-19

...FICÇÃO 2022

Professora Evani Marichen Lamb Riffel

      Planeta Terra Mundo, ano 2019.

      Um vírus, dizem que importado da China viaja para o mundo. O coronavírus também batizado de COVID-19 com um poder nunca visto: para o mundo, isola pessoas, cancela festas, shows e eventos, fecha escolas e igrejas, cancela lazer e consumo supérfluo. O funcional, despacham decretos governamentais, no decorrer do ano 2020, só para o essencial: sobrevivência!

Planeta Terra Mundo, ano 2022.

      Alguém chama de looongeee...

-Suarius, Suarius... Corre, corre... Venha depressa verrrrrr o que encontrei no jardim de casa!!!

      Um típico homenzinho do futuro despenca por um tobogã seco e doméstico que vem do quarto até o jardim da casa. A casa construída em palafitas, por prevenção às frequentes inundações e enchentes já comuns no século XXI. Ele está ofegante: em sua máscara tripla e aderente acidentalmente, suas roupas infladas de branco anil, luvas e botas protetoras, ainda tubos que ligam sua respiração para uma bolha enormeeee. É pulmão artificial da família de Saurius que filtra o ar poluído do Planeta.

      -Que houve Margot??!!!

      No rosto suave e belo de Margot a estampa de horror em resposta: ossadas humanas permeiam as belas e coloridas flores do jardim... São muitos crânios, possíveis membros e vértebras que emergiram das covas rasas do cemitério COVID-19. Putrefado o ar dos cadáveres recentes fazem Suarius e Margot fugirem mesmo estando vestidos a rigor e mascarados. O pânico de um novo super-vírus pós/COVID-19 acomete a grande metrópole e trava a ação do poder público momentaneamente. Notícias dão conta que agora, em quarentena geral confinados em suas casas, estão governantes e governados.

      Nesta noite em seu laboratório secreto, Saurius parte com um foguete espacial em busca de um novo lugar para os terráqueos viverem usufruindo das maravilhas que foram destruídas na Terra. A Terra adoeceu e muitas de suas raízes estão em extinção. É hora de mudar de Planeta. Mudar de atitudes... Já não basta.

      O pouso é silencioso e o desembarque é fenomenal. Caminham pelo Planeta novo pessoas verdes, sem máscaras, sem roupas protéticas, sem pulmão artificial. A natureza é esplêndida e o sol brilha radioso aquecendo e brotando a vida com saúde para todos.

       Cascatas e vertentes brotam com água límpida, as árvores frutíferas com frutos suculentos e maduros para todos... Os animais são todos mansos, dóceis. Os homens sorriem, são gentis, simpáticos. Todos têm casa, comida e saúde garantida. Há música, festas de todos os tipos, aglomerações em shows. As igrejas badalam os sinos para reunir os fiéis. As crianças seguem para as escolas. O comércio local está lotado.

      Suarius pensa e exclama: -Será o Paraíso???!!!!

      Acorda assustado e novamente pensa e exclama: -O Paraíso era o Planeta Terra antes da COVID!!!

      Ele torna a dormir e sonhar que a Vacina COVID-19 salvaaaaa a humanidade e a Terra volta a ser um Paraíso com contenção de mortalidade e a imunidade é descoberta pela ciência.

       Num processo natural o ser humano nasce, cresce envelhece e morre. No ficcional mundo de Saurius, em 2022, os nossos mortos terão de praxe seus corpos cremados, sem aquele velório de 24h angustiantes. O superpovoamento dos cemitérios, ao longo da pandemia COVID-19 levou a reinvenção de costumes culturais. Tem a cerimônia de despedida breve do ente querido, depois da morte evidenciada clinicamente. O caixão se fecha... E em flores na cândice natural ou na coroa metálica e fria... As lápides em Epitáfio saudoso e melancólico dizem "VIVER É, FOI E SEMPRE SERÁ MARAVILHOSO," embarques e desembarques são coisas da vida. Tem o trem da chegada, tem o trem da partida.

      Saurius e Margot dormem e acordam sonhando com a Terra em eventual antiga rotina pós-COVID-19: o paraíso perdido e o tempo dando tempo a sorver novos valores e atitudes no Planeta Terra, nossa casa comum.

     -Ufaaaaaa!!! Não sei mais separar a ficção da realidade!!