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Saneamento e Saúde

Luiz Carlos Golin e Marcelo Lago

A falta de saneamento básico é atualmente a causa de um dos mais sérios problemas ambientais e de contaminação dos recursos hídricos. Segundo levantamentos realizados em 2001, o esgoto doméstico é responsável por 90% dos lançamentos que contaminam os corpos d?agua. Estas porcentagens ressaltam a importância e a urgência do  desenvolvimento de tecnologias apropriadas para solucionar este problema.

            Através de tecnologias apropriadas para este fim, poderá ser minimizado um dos gargalos do desenvolvimento sustentável, pois o saneamento básico trará uma melhor qualidade de vida para as populações carentes destes serviços. Esta possibilidade na melhoria da qualidade de vida viabiliza uma nova perspectiva para os outros setores, como o econômico e o ambiental. Com isto, pode-se dizer que os patamares do desenvolvimento sustentável começam a ser galgados principalmente quando as questões básicas da sociedade começam a ser solucionadas.

            Embora o governo federal e estadual, tenha resolvido satisfatoriamente o problema de abastecimento de água no Brasil, atingindo cerca de 80% da comunidade urbana, atuou precariamente no que se refere aos sistemas de esgoto, cobrindo menos de 50% das necessidades dessa população. Além disso, o plano de saneamento básico não foi implantado de forma satisfatória no meio rural, deixando mais de 60 mil localidades em todo território nacional sem qualquer saneamento, e excluindo também as regiões pobres dos centros urbanos. São exatamente as populações dessas áreas que servem hoje de caldo de cultura para o reaparecimento de moléstias.               

            Acontece que, quanto mais água se distribui à comunidade, mais esgoto se produz. No meio rural, onde há uma convivência pacífica entre a fossa e o poço raso, isto é uma evidência. A água retirada por uma pessoa do poço raso é transformada em esgoto e lançada na fossa.A partir do momento em que é melhorado o abastecimento de água sem a conseqüente melhoria do sistema de esgotos, a quota ?per capita? de água se eleva e a fossa, recebendo quantidade maior de esgoto, não mais o comporta, fazendo com que o efluente aflore no terreno.Como as prefeituras não estão aparelhadas para tratamento de esgoto, estes são lançados em estado bruto nos cursos d?agua.

Assim como a manutenção da água potável para a população é uma necessidade básica, a reciclagem das águas servidas ou o esgotamento sanitário também o deve ser.Ambas as situações potencializam tanto a qualidade de vida como a do meio ambiente.

O esgotamento sanitário inadequado provoca a contaminação do solo, dos recursos d?agua e contribui para produzir vetores que transmitem doenças. O fracasso do saneamento básico torna-se visível quando ocorre o reaparecimento de doenças tidas como erradicadas a exemplo da cólera e da malária.

No final do século IX (quando apareceu o vaso sanitário com descarga d?agua ) e atualmente em algumas regiões, o esgoto era e ainda é lançada em rios e córregos, com o objetivo de que esta água transporte-o para longe e por meio desse movimento realize a autodepuração.A autodepuração dos rios leva a uma redução significativa do esgoto através de oxidação da matéria orgânica.Mas a contaminação destes corpos d?agua com esgoto, principalmente com o aumento da população, gerou outro problema: a necessidade de desenvolvimento de tratamento para a água retirada destes mesmos corpos d?agua para servir as residências.

Com os dados apresentados fica bastante evidente a urgência em estabelecer prioridades para solucionar a questão do saneamento básico. As atividades de saneamento devem ser definidas por meio de um plano de implantação aliado a área ambiental.

A questão ambiental deve atender as necessidades sociais estabelecendo metas de qualidade ambiental aceitáveis e /ou a serem atingidas, de forma a nortear estes projetos setoriais de desenvolvimento.

Portanto, o estado de saúde de uma população passa a ser uma indicador importante na avaliação da degradação ambiental e estas informações devem influir nos critérios de prioridade nas obras de saneamento e subsidiar o monitoramento do desempenho e da qualidade dos mesmos.

 

 

Luiz Carlos Golin

Marcelo Lago

Acadêmicos de Téc. Saneamento Ambiental

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