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Rivalidade entre Amigos

(O ciúme despertado por mais um bebê na casa é natural, mas há formas de neutralizá-lo)

            É compreensível que uma criança, ao se deparar com outra em um espaço que inicialmente era somente dela, sinta-se momentaneamente ameaçada, insegura, com medo de perder seu lugar. O ciúme pode se manifestar de várias formas, mais ou menos diretas, por meio de comportamentos regressivos, agressivos, competitivos e, muitas vezes, por uma série de sintomas aparentemente desvinculados da questão.

 

                                    Para que isso seja vivenciado com tranqüilidade, é fundamental algo muito maior à chegada dos irmãos: a qualidade da relação já estabelecida entre a criança e os pais. Estamos falando de uma relação na qual exista espaço para satisfação, mas também para a frustração, e não de uma relação simbiótica. Esta última relação se configura quando existe uma dificuldade muito grande de separação por parte da mãe: é aquela que só consegue se separar do filho quando coloca outro no lugar, precisa estar sempre preenchida por um bebê repleto de necessidades a serem satisfeitas. Por outro lado, se a mãe tem com a criança uma relação difícil, de pouco acolhimento, vai gerar insegurança. Para a criança é como se pensasse: ?Se, quando eu era sozinha, ela já não me dava atenção, imagina agora, com outra criança no meio.? Surge o sentimento de abandono, e para ela é fundamental poder expressar este sentimento.

 

                                    O ideal é não associar mais nenhuma mudança ao processo de ter um irmão. É muito comum os pais colocarem o filho mais velho na escola assim que nasce o bebê. Ele se vê, então, posto de lado e pode ter, inclusive, dificuldade na adaptação escolar. Não é recomendado também comprar algo para um sempre que comprar algo para o outro. A criança que tem esse tipo de compensação terá mais dificuldade em lidar com perdas, pois está sendo protegida de uma frustração inerente à vida.

 

                                    Resgatar a história dessa criança quando bebê é a melhor opção. Isso valoriza o que ela é e pode ser e o seu lugar e importância naquela família. Aceitar os filhos com suas diferenças, da forma como cada um se apresenta, valorizando-os por suas qualidades, sem comparações e exigências, é a melhor forma de assegurar para cada um o seu lugar e minimizar os sentimentos que geram rivalidade.

 

                                    Também é importante dar um tempo para que a notícia da gravidez, o processo de gestação e o nascimento do irmão sejam assimilados em cada etapa, respeitando a capacidade da criança de ir construindo o novo vínculo. Mas a ambivalência é normal.

 

 

 

ADRIANA ZILIO - PSICÓLOGA CRP 12/03086

Rua Narciso Barison, 55  1ºandar  Capinzal/SC

Fone: 9975 9966

Atendimento: Segunda a Quarta

 

 

                                   

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