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QUANTO TEMPO, O TEMPO TEM?...

  • - Evani Marichen Lamb Riffel (Pedagoga e Psicopedagoga).

Artigo de Evani Marichen Lamb Riffel

Estimado(a) Leitor(a), o tempo que voa, o tempo que vem, o tempo que virá, o tempo real cronológico,  uma constante angústia na vida de todo mortal...

Tic... Tac... Tic...Tac...      

 Dim- dom,  dim-dom, dim dom!...

      Tempo, tempo, tempo: Há tempo para tudo? Quanto tempo a vida tem? Em que tempo vivemos? Que tempo contamos?

      Tempo passado... tempo presente... tempo futuro...

      A narrativa que segue busca resgatar o tempo passado em memórias:

Aí vem a história em doce memória de...

                                          ...OUTROS NATAIS

           "É Natal! É natal! Tocam os sinos da catedral..."

      Rememoro os preparativos para o Natal... Tempo de famílias numerosas e o dia de fazer bolachas pintadas no forno construído de tijolos e argila, o dia de enfeitar o Pinheirinho e no todo, o tempo de preparo espiritual... para viver o Natal.

      Nesse passado distante, o dia mais doce e esperado pelas crianças, na época natalina, era o dia de fazer bolachas pintadas, coloridas, pôr a mão na doçura dos granulados multicores. Que delícia!

       Todos em casa ajudavam: mamãe fazia a enorme massa bem sovada, o pai abria com o rolo ou passava a massa na máquina. A máquina recebia um punhado de massa e com a força do papai ela devolvia estrelas, flores, cobrinhas...

 Com as forminhas de latão, feitas artesanalmente pelo funileiro, as crianças moldavam pássaros, homenzinhos e mulherzinhas, pinheiros e até papai-Noel saía do rústico forno de tijolos e argila, douradinho e apetitoso.

       A criançada também incomodava tanto neste longo dia, o dia de fazer bolachas de Natal, que acabavam na palmada.  Alvoroço e gritaria eram ingredientes bem comuns na época de famílias com dez, onze até catorze filhos. A noite caía quando formava-se a fila para o banho de gamela ou chuveiro de lata e então, após o jantar todos exaustos dormiam no fofo dos colchões de palha e travesseiros de penas. Nesta noite a guerra de travesseiros não aconteceu, mal a criançada deitou  e o doce sono venceu o findar de mais um dia.

      Era um dia inteiro para fazer latas e latas de bolachas de natal para as visitas, estas que no natal despencavam pelas janelas, vinham parentes de todo lado, próximos ou distantes... Muitos deles emigraram para o  estado do Paraná em busca de terras baratas e produtivas, e então, Natal era época de rever os familiares com raízes na bela Santa Catarina... E haja bolachas, churrasco e bom chimarrão!... Isso quando as latas de bolachas não haviam sido assaltadas pelas crianças da casa, a filharada que nas tardes brincantes do campo, vinham famintas, pé ante pé e... Opa! A lata de bolachas natalinas estava escondida atrás do guarda- louça da mamãe. Oba, primeiro lamber aquele glacê dolcíssimo com o colorido açucarado... Comer, comer!

      Naquele tempos bolachas pintadas de Natal tinham pitadas de dedicação, carinho, amor, com sabor acentuado, especial sabor de mãos na massa e não apenas gostosas como as que encontram-se nas prateleiras dos supermercados, industrializadas.

      O pinheiro era natural, retirado da natureza e outros se plantavam no lugar deste, para os anos vindouros. Toda a família auxiliava na decoração da árvore luminosa, significando vida e fertilidade. As crianças maiores buscavam o musgo no mato para decorar o presépio, tudo com o toque familiar, decorado com muito esmero. Até a manjedoura era obra feita  de restos de madeira, pregos e martelo, pelo pai ou irmão mais velho, depois de pronta era forrada de musgo e ali se representavam os personagens da história do nascimento do menino Jesus.

       As bolas de natal, enfeite na época para o verde pinheirinho araucária, eram delicadíssimas e se quebravam facilmente, não raro, as crianças descuidadas quebravam algumas e a sova de laço ficava prometida pois, o dinheiro era escasso para comprar novas bolas, com zelo e cuidado duravam muitos natais.

       Segundo o dicionário Aurélio de Português, Presépio é estrebaria, estábulo, nicho ou construção que se arma nas festas católicas; construção pequena tipo maquete; representa o nascimento de Jesus Cristo e as cenas que ocorreram no estábulo em Belém.

      Havia também toda uma preparação espiritual em família e religião.

E... Chega o Natal... Nasce o Deus menino e Papai Noel escala uma subida até o telhado das casas e desce pela chaminé com o saco de presentes. Ufa! "Jesus nasceu neste dia feliz"...

 E...Se ele não adentrar em todos os corações dos meninos e meninas, dos homens e mulheres, posso fazer algo?...

Poetizando o Natal...

Já é tempo!...

Natal... tempo de cigarras e vagalumes

 Tempo passado, tempo atual,

 É tempo de renascer no Natal!

Pratique a caridade nesta data natalina e faça alguém feliz.

É tempo de dispor tempo para olhar para o outro,

Olhar para dentro de mim mesmo e ver o que fiz...

O que tenho feito pelo João, pela Maria,

Pelo Jesus do dia-a-dia...

Outro dia vi lixo espalhado na rua, no chão

Olhei para o lado, meu Deus, não era bicho

Era gente... Um homem separando podridão e pão...

Meu Deus, não me permita a indiferença

Conceda-me caridade, amor, solidariedade,

 Fraternidade, justiça e perdão, crença e fé,

 Esperança de um mundo melhor! Amém.

P. S.

Caro(a) Leitor(a), prepare-se para o Natal, renascer em valores soma atitudes: doe e acolha, pratique amor e caridade.

 

 

 

 

 

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