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Luiz Carlos Golin

Os aglomerados urbanos surgiram ao longo da história da humanidade próximos ou em torno dos rios e dos lagos. Para a sobrevivência da espécie,a água era e é fundamental.Sem água não há vida e, portanto, foi junto aos cursos de água que a humanidade construiu sua história.

Porém, além do legado humano nas letras, na arte, na cultura e nas civilizações que se alternam com o tempo, o fator humano também trouxe ao meio ambiente um outro fator desconhecido: a poluição e degradação dos recursos naturais.

A concentração da população em determinadas regiões, cidades e áreas metropolitanas, é um dos principais aspectos a serem considerados na gestão integrada de recursos hídricos, uma vez que implica demanda,tanto por disponibilidade de água para o abastecimento público quanto para dissolução de cargas poluidoras urbanas.

A situação de poluição hídrica tem se agravado no Brasil, considerando-se o aumento das cargas poluidoras urbanas e industrial, o uso inadequado do solo, a erosão, o desmatamento, o uso inadequado de insumos agrícolas e a mineração.Esses fatores associados à distribuição anual das chuvas e as características climáticas levam a danos ambientais dos recursos hídricos,dentre os quais se destacam o aumento do transporte de sedimento (assoreamento em rios e em cursos de água) e a contaminação orgânica e química das águas.

Em nosso país vários são os fatores que contribuem nos dias de hoje com o aumento da poluição nos principais mananciais aqüíferos, como os impactos ambientais decorrentes da poluição de águas fluviais, provocada pelos pólos agro-industriais (principalmente da suinocultura e da avicultura) no Sul do país,e os relacionados à indústria sucroalcooleira do Nordeste e estado de São Paulo. Destaca-se ainda o alto grau de comprometimento ambiental dos recursos hídricos na região carbonífera no Sul e da região do garimpo e de mineração na região Norte onde não há tecnologia ambientalmente adequada para a exploração e processamento desses recursos minerais.

Os conflitos de interesses com relação ao uso da água, representados pela necessidade das comunidades de sobreviverem e gerarem renda e bens além do abastecimento urbano, irrigação e adensamento industrial, evidenciam a necessidade de articulação interinstitucional para adoção de políticas de gestão integrada que beneficiem os recursos hídricos disponíveis, não só no Brasil, mas em todo o planeta.

O grande desafio do Século XXI será ajustar as necessidades de crescimento da humanidade à preservação ambiental.