Por Evani Marichen Lamb Riffel

Há muito tempo atrás, num reino distante, no reino dos animais, onde o leão era o rei e comandava do alto de seu rugido aos súditos, em urros bradava a servilidade.

      Do alto do trono, coroa cravejada de brilhantes, túnica real bordada com fios de ouro, o Rei Leão IV ordenava à um mensageiro que depressa partisse em missão a convocar todos os habitantes do reino. De boca em boca, por vários dias, circulava o comunicado de convocação oficial de medida de reforma no eixo central do comando de sua realeza Leão IV.

       ...Os dias passaram! O tão esperado dia chegou!

      O reino animal em polvorosa, na frente do palácio real, aguardava a aparição do Rei Leão IV, que segundo cochichos, faria uma reforma tributária, trabalhista, econômica, de urgência, para honrar os compromissos sociais e bonificar altamente seus inúmeros cargos de confiança e sua vasta guarda real.

      Uma reunião bem antagônica, preceitos morais distintos entre a bicharada misturada. Eram animais domésticos, domesticados, animais selvagens aparentando adestramento e outros de cara e coragem ferozes, dispostos a engolir ou engalfinhar os desafetos.

       Óh! Ainda bem, acabou a espera. O rei se apresenta com pompa e belo discurso é proferido em altos brados:

     -Saúdo em primeiro lugar a diversidade deste reino, brancos, negros, amarelos ou coloridos unidos por um fim comum: a subsistência e a sobrevivência que indefere de ideais, cores, costumes, força ou fragilidade. Todos indistintamente terão que pagar pelas fraudes ocorridas no reino, menos os soberanos que reinam desde a mais antiga hereditariedade de direitos com foro priveligiado, que tem distinta invocação de justiça. Eu sempre digo, bradou em alto urro o Rei Leão IV:

      -A reforma do reino prevalece ao antigo dito popular:

"-Façam como eu digo, mas não façam como eu faço." Aqui prevalece a lei dos mais fortes.  De hoje em diante formigas se cuidem dos elefantes...

Animais anões se cuidem dos gigantes entre vós...

      -Haverão muitas brigas de cão e gato, de gato e rato e quando o gato sair de casa o rato vai tomar conta, como já foi desde o princípio...

      -Ratos no trono serão leões e poderão abocanhar muita gente. Melhor será daqui para frente que bicho não fique velho porque a aposentadoria vai tardarrrrrrrrrrr!!!!!!....

      -Nomeio para a sucessão futura do trono meus descendentes até o fim desta era... que sejam sempre a "mesma panela" e sempre puxando brasa para seu assado.

      -Extingo por unanimidade a palavra nepotismo do código penal, para clarear... essa palavra não deveria ter sido inventada... pois, "filho de peixe peixinho é"... e tenho dito.

      -A ouvidoria Real está aberta a sugestões que possam vir a auxiliar na Reforma de contenção de gastos para esta época da crise, pela baixa produção de alimentos, elevado aumento populacional acompanhado do desemprego, da desigualdade social marcada pelo "quem pode mais chora menos."

      -Caros súditos e súditas acatem as mudanças e prosperem... Se Deus quiser! É bem verdade que o dinheiro sumiu mas aqui neste País  em "se prantando tudo dá"... intão vamo prantá!

GRRRRRRRRRRRRRRRRR ...Os impostos vão aumentar...

-Filé mignon, por favor... para o Leão.

-Pois não!

-100gr de carne moída de segunda para a maioria dos súditos, por favor!

-Pode marcar, por favor! Venho pagá quando arecebe o salário...

A HISTÓRIA ACABOU ASSIM...

      A maioria dos animais, naquele reino, acabaram em igualdade social, tão pregada por grandes sociólogos, utopia, nesta sociedade realidade ao revés.

-Que pena! Mas...

"Viver vale a pena quando a alma não é pequena!"

...Sempre tem o outro lado da moeda!

                                Por Evani M. L. Riffel

Escritora, Pedagoga, Psicopedagoga

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