logo RCN

NÃO BASTA DIZER NÃO

Adriana Zílio

Inúmeros estudos recentes vêm atestando a dificuldade de se produzir mudanças efetivas no comportamento indesejável dos adolescentes utilizando campanhas de prevenção como as que combatem o uso de drogas, o tabagismo, a transmissão das DSTs e a gravidez precoce não programada. O equívoco não está no conteúdo dessas campanhas, mas na escolha da população-alvo. Fazer programas de prevenção de condutas de risco típicas da adolescência durante o desenrolar da própria adolescência é o mesmo que pedir ao ladrão para esperar um pouquinho enquanto você tranca a porta para ele não entrar. Antes de qualquer ação, é necessário entender quais são os tipos de programas de prevenção existentes e de que forma eles são aplicáveis. Há basicamente três modelos:

· A prevenção primária, que consiste em intervenção educativa precoce e pode ocorrer ainda na infância ou de forma dirigida aos pais ou adultos responsáveis.

· A prevenção secundária se dá simultaneamente à fase crítica de aparecimento do problema, durante a eclosão de toda manifestação própria da adolescência e envolve, além da detecção dos riscos, a evitação da repetição de situações indesejáveis já instaladas. Um exemplo são os esclarecimentos sobre o uso correto de camisinha para aqueles que já se iniciaram sexualmente.

· Prevenção terciária é também entendida como intervenção tardia. Ela tem como objetivo o acompanhamento terapêutico e a evitação do agravamento das situações indesejáveis já estabelecidas e envolve ações como a chamada política de redução de danos. É o caso de programas de acompanhamento terapêutico e de esclarecimento para jovens mães que já tiveram uma gravidez indesejada durante a adolescência.

                O tipo de intervenção que funciona com maior porcentagem de eficiência é aquele que começa na base, ou seja, em idade anterior à adolescência. Em vez de esperar que as mudanças biológicas e comportamentais ocorram, para serem explicadas, a idéia é apresentar aos pré-púberes o panorama que os espera. Não basta despejar as regras, listando o que é proibido, perigoso ou desaconselhável, mas também admitir o que é bonito, gostoso e desejável.

                As campanhas que a sociedade tem criticado como ineficientes são, na verdade, úteis, mas é preciso lembrar que representam apenas um dos itens do quadro de três diferentes tipos de intervenção a serem praticados integralmente para proteger não apenas os jovens, mas toda a sociedade.

 

Adriana Zílio/Psicóloga  CRP 12/03086

Rua Narciso Barison, 55  1º Andar  Capinzal/SC

Fone: 9975 9966

Atendimento: segunda a Sexta

 

Anterior

Natal Dourado de Ouro

Próximo

Feijoada em grande estilo

Deixe seu comentário