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Florestas para o desenvolvimento

Luis Carlos Golin e Marcelo Lago

Você sabia que um brasileiro consome em média 308 árvores em sua vida. Dessas, 270 vão para a geração de energia, outras 24 viram papel e 4,5 carvão vegetal usado para produzir o aço do seu automóvel. São 40 quilos anuais por pessoa ? um consumo ínfimo comparado ao norte-americano, dez vezes maior.

            Além de fornecerem lenha, carvão, madeira, celulose, negócios que movimentam U$ 21 bilhões por ano, algo em torno de 4% do Produto Interno Bruto nacional, as florestas prestam serviços trilionários na regulação do clima, na conservação dos mananciais e do solo, sem falar na biodiversidade que elas abrigam. Uma onça, por exemplo, não sobrevive nem se reproduz se não tiver uns 5 mil hectares de florestas para percorrer.

            Um estudo já consagrado de Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, publicado em 1997, avalia em U$ 3,8 trilhões o serviço prestado pelas florestas tropicais, ao captarem carbono e emitirem oxigênio, equilibrando assim, o clima do planeta. É um valor gigantesco para um serviço do qual usufruímos há milênios sem pagar um tostão.

            Apesar da óbvia importância ambiental e econômica das florestas, trata-se de um patrimônio que a humanidade nunca valorizou. Na verdade, a idéia de que as florestas precisam ser conservadas e recuperadas é bastante recente.

            O fato é que a destruição avança, segundo a União Internacional para Conservação da Natureza (UICN), entidade que reúne governos, entidades não governamentais e acadêmicas, só nos últimos 15 anos o mundo perdeu mais de 200 milhões de hectares de florestas, essa área equivale ao dobro da Áfrico do Sul ou quatro vezes a da Espanha.

            No Brasil, a destruição das florestas costuma seguir um roteiro previsível. Primeiro são retiradas as madeiras nobres, em seguida as espécies menos cotadas, depois é feito um corte raso para o plantio de mandioca ou de pastagens. Por fim, o solo se esgota e a área é abandonada, mais ou menos como aconteceu na Mesopotâmia, onde hoje fica o Iraque.

            Para reverter esse quadro, centenas de pesquisadores brasileiros tem procurado formas de recuperar as áreas degradadas. O país tem tradição no reflorestamento, mas, curiosamente, sabemos tudo sobre o pinus europeu e o eucalipto australiano, mas sabemos muito pouco sobre o plantio de espécies nativas. Hoje, o país tem 4,8 milhões de hectares de pinus e eucalipto e todos os anos são plantados cerca de 250 mil hectares dessas espécies.

Se não aumentarmos a área de plantio, vamos ter que fiscalizar cada vez mais os parques e outras unidades de conservação, e mesmo assim, não teremos como evitar o saque à madeira que ainda existe. Segundo estudos existentes, estima-se que o Brasil precisaria aumentar sua produção de florestas em pelo menos 5% ao ano para evitar que isso acontecesse, mas o que ocorre é o inverso. O Ministério do Meio Ambiente tem estudos que mostram que em menos de dois anos o Brasil terá que importar madeira do Mercosul.

            COLABORE, SEJA UM ECOLOGISTA!!!

 

Luis Carlos Golin

Marcelo Lago

Acadêmicos Tecnología e Saneamento Ambiental

UNOESC Videira

 

 

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