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Afeto é arma contra drogas

Adriana Zilio ? Psicóloga

(Cultivar os vínculos afetivos é o recurso mais eficiente para prevenir a drogadição, mas também vale se informar e debater o assunto)

 

        Quanto mais rica for a vida afetiva das pessoas, menos provável que a droga venha a ser importante para elas, mesmo que a experimente em algum momento.

        Isso fica mais fácil em famílias que privilegiam desde cedo a convivência, nas quais pais, filhos e irmãos têm o hábito de conversar, os avós ou outros membros da família são presentes, a vivência escolar é intensa, há contato com vizinhos, as crianças freqüentam a casa de seus amigos, ou seja, têm a oportunidade de descobrir perfis diferentes de família.

        Um dos mitos que ainda persistem é o de que falar a respeito de drogas pode ser perigoso por induzir o adolescente a experimentar. É a mesma argumentação que, às vezes, paira a respeito de questões ligadas à sexualidade, como a gravidez precoce. A escolha, nesse caso, é entre o jovem ficar sabendo pelo amiguinho ou pelo traficante ou então ser informado por quem se preocupa e se responsabiliza por ele. Além disso, seria muita pretensão do adulto imaginar que apenas sua fala tem o poder de instigar a curiosidade do adolescente. É muita ingenuidade confiar na possibilidade de evitar o perigo apenas não se pronunciando a respeito.

        Portanto, os padrões das relações familiares contribuem tanto para a prevenção quanto para que o problema apareça na família.

        As novas configurações familiares são quase uma regra hoje em dia. São cada vez mais comuns as famílias uniparentais, os recasamentos, as uniões homossexuais, os núcleos formados apenas por avó, filha e neto. Mas, mais importante que a configuração é a forma como ela funciona. Por exemplo, um homem pode se separar da esposa e ser mais participativo como pai do que um pai casado mas ausente.

         Limite parece um conceito abstrato, mas se torna concreto primeiramente na ação dos pais. Em casa, além do exemplo, é preciso impor limites. Um filho que não aceitou um não em casa vai ter mais dificuldade para dizer não às drogas. É preciso mesmo perguntar à criança ou ao adolescente aonde vai, com quem, quando volta. As novas gerações têm evitado ter esse trabalho ou sentem-se constrangidas com essa postura. Mas não há como pular essa etapa impunemente.

         Entretanto, a dependência química é multicausal. Apenas um dos aspectos é familiar.

         Entre as várias formas de ação preventiva estaria, por exemplo, o resgate dos antigos grêmios escolares. Eles eram grupos não só constituídos por alunos, mas também dirigidos por eles. Havia geralmente um jornal feito totalmente pelos alunos, um departamento de esportes, grupos de teatro e coral, entre outras atividades. Mas a principal característica desses grêmios era ser independente, ter a marca dos alunos. Regras, estatutos e até brasões eram cridos por eles.

         Isso é o tipo de coisa que falta hoje. Esse tipo de instituição funciona como uma rica oportunidade para os jovens exercitarem a criatividade e sociabilidade de forma saudável.

 

Adriana Zilio ? Psicóloga  CRP 12/03086

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