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A situação da Água no Brasil

Luiz Carlos Golin

A água é elemento essencial à vida de todas as espécies que habitam o planeta terra.Esse recurso natural é limitado e está sendo utilizado sem planejamento, prevendo-se como conseqüências futuras, caso não haja um planejamento estratégico, a escassez deste recurso em um curto espaço de tempo.

                De acordo com as mais recentes avaliações, das 1360 quatrilhões de toneladas de água do planeta, apenas 0,8 % podem ser utilizadas para o abastecimento público.Desta pequena fração de 0,8%, 97 % correspondem as águas subterrâneas e apenas 3% apresentam-se na forma de água superficial e de extração mais fácil. Esses valores ressaltam a grande importância de se preservar os recursos hídricos da terra, e de se evitar a contaminação da pequena fração disponível.

                Cerca de 1,8 bilhão de pessoas ? ou seja, 31% da população dos países em desenvolvimento ? não tem acesso à água potável e 2,6 bilhões ? aproximadamente 43 % da população mundial ? não tem acesso a equipamentos de saneamento adequados.

                O Brasil, que possui 5,7 % das terras emersas do planeta, usa mal 12% da água potável do mundo. Cerca de 12 milhões de domicílios não tem acesso a água tratada e mais de 24 milhões de domicílios são desprovidos de qualquer tipo de tratamento de esgoto.

                Nosso país não está sozinho nestes números que demonstram a realidade da falta de qualidade de vida. Calcula-se que entre 10 e 20 mil crianças morram todo dia no mundo, em função de doenças ligadas a falta de água tratada.

                O Brasil possui 12 regiões hidrográficas definidas pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos ?CNRH, nas quais a distribuição e as condições de acesso à água são bastante diferenciadas. Existem regiões com elevado potencial hídrico e água de boa qualidade, até regiões semi-áridas, com chuvas mal distribuídas, além de áreas urbanas com sérios problemas de poluição e inundações.

                Convivemos com a cultura do desperdício. Em um século, a população brasileira aumentou três vezes, mas o consumo de água foi multiplicado por seis. Estima-se que quase metade da água coletada pelas estações de tratamento se perca entre o reservatório e a torneira do consumidor, devido a problemas no sistema de abastecimento e a falhas na operação, soma-se a isso o desperdício provocado pelos usuários no seu consumo doméstico.

                Outro aspecto relevante é o da qualidade da água nos mananciais, diretamente relacionada às formas de uso e ocupação dos solos, tanto no meio rural quanto no urbano. O crescimento das cidades tem provocado a impermeabilização dos solos, a conseqüente redução da infiltração da água das chuvas e a produção de mais resíduos sólidos (lixo) e esgoto a cada ano. Apenas 20% do esgoto urbano passam por alguma estação de tratamento para a remoção de poluentes antes de chegarem aos cursos d?água. Os rios recebem ainda efluentes das indústrias e podem ser alvo de vazamentos acidentais de produtos químicos e de petróleo, entre outros. Poucas cidades brasileiras têm sistema de manejo de resíduos sólidos eficiente do ponto de vista ambiental.

                No meio rural, atividades agropecuárias conduzidas de forma inadequada provocam o acúmulo de agrotóxicos e nutrientes no solo e na água. A redução da cobertura vegetal, as práticas agrícolas impróprias, a movimentação do solo em áreas de grande declividade e a degradação das pastagens têm provocado erosão e assoreamento. A redução na qualidade da água traz efeitos negativos diretos em toda a cadeia de seres vivos da região afetada.

                A degradação ambiental afeta a sociedade de forma diferenciada, atingindo com maior rigor as populações mais pobres das periferias dos centros urbanos e as comunidades rurais de baixa renda.

 

 

 

 

 

 

Luiz Carlos Golin

Acadêmico de  Tec. em Saneamento Ambiental

Unoesc - Videira

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