Em quinze de novembro, temos a comemoração de uma data significativa para o Brasil. Em 1889, a nação deixava de ser uma monarquia e passava a ter o regime politico republicano, ou seja, deixávamos de ter um rei (Dom Pedro II) para convivermos com a democracia, a partir do Marechal Deodoro da Fonseca e a Primeira Constituição Republicana, onde a escolha do Presidente passava pelo crivo do voto do povo.

Obviamente existe o contexto relacionado, tanto com a forma de implantação da Primeira República, chamada de República da Espada e, com Prudente de Moraes há o inicio da República do Café com Leite por meio do acordo feito entre São Paulo e Minas Gerais. Neste cenário existem inúmeras prerrogativas como o voto cabresto e coronelismo que tornam duvidosas as ações democráticas que disseminaram a famigerada politicagem!

A República Velha, encerrada em 1930 pela intermediação de Getúlio Vargas, não trouxe mudanças significativas para o viés democrático, pois prevaleceu seu lado autoritário, mesmo com determinações da Constituição de 1934, ele permanece no poder consecutivamente até 1945, ou seja, por quinze anos. Vargas volta a ser presidente em 1950, por voto direto. Em Agosto de 1954, cometeu o Suicido. Surge a figura de JK, Jânio e Jango, os militares, Sarney, Collor, Itamar, FHC, Lula, Dilma, Temer, Bolsonaro e a volta de Lula.

Infelizmente, seja por parte dos políticos ou dos eleitores, ocorreu algo triste e enfadonho para os princípios democráticos: compra e venda de votos! Essa maléfica prática inserida no transcorrer da história de nossa República, introduzindo o ‘jeitinho’ brasileiro, tornou nosso sistema retrógado, repleto de ‘favoritismo’, onde prevalece à manipulação, o viés ideológico e o corrosivo jogo sujo de interesses partidários que leva um pequeno grupo a ‘perpetuar-se’ no poder. Este cenário faz com que o Brasil, seja visto pelo mundo como o ‘país onde se impregnou a corrupção na coisa pública’. Sendo assim, a República no Brasil perdeu todo o seu sentido original! 

Caso se tenha dúvidas, voltemos ao ano passado e a analise da última eleição para o cargo majoritário do Executivo Federal; quanta polêmica em relação às estas urnas eletrônicas, sobretudo em relação aos seus resultados, altamente questionados e, órgãos que deveriam fazer a fiscalização destas questões, tudo fazem para colocar panos quentes e encobertar essa sujeira.

Portanto, fica a grande indagação: vivemos sob a égide de que tipo de República? Neste quesito entramos na dimensão de nossa história política, somente ela nos fará entender que desde seu início impregnou-se o jogo do interesse individual sob o coletivo; do jogo sujo e de barganhas onde em último lugar está o ‘demo’ (povo). Observemos que países como os Estados Unidos que se tornou República em 1789, a França em 1792 e a Finlândia em 1918, para citar apenas três, foram nações onde a instalação deste regime político e de governo alavancou todos os cenários socioeconômicos e transformaram estes lugares que deveriam servir de exemplo para o Brasil.

A grande questão é que quando os iluministas e filósofos do final da Idade Moderna e início da contemporaneidade esboçaram o ideário da nova composição da República e, da divisão de Poderes, eles argumentaram que deveriam ser Poderes autônomos e independentes para o exercício do poder ser exercido, sobretudo no principio da liberdade.

É lamentável dizer que essa não é a realidade de nosso país republicano, pois aqui o poder e tratado de maneira sem existência de limite, quem pode mais vai obter maior proveito. Essa magnifica fórmula está sendo bem praticada pelo atual mandatário e por sua primeira dama.

O desânimo é que grande parte da sociedade brasileira, assiste calada a sua própria destruição.

Pense nisto! Até o próximo!