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Livro Panorama Histórico do Município de Capinzal (SC), 1908 a 1965,
de autoria do escritor Paulo Eliseu Santos.
INTRODUÇÃO – Para melhor entender a maneira como correu a colonização no Vale do Rio do Peixe e no povoado do Rio Capinzal, é necessário discorrer um pouco a respeito da construção da via-férrea na região.
Volvamos, então, para o ano de 1889, quando o Imperador Dom Pedro II sancionou a Lei Imperial nº10.432, concedendo privilégios a João Teixeira Soares para a construir ferrovia ligando as províncias do Sul com as demais do Império.
No entanto, em razão da situação política, essa lei ficou apenas no papel e somente anos após a proclamação de República seria colocada em prática, com diversas alterações que modificariam a lei original.
O trabalho na via férrea no Vale do Rio do Peixe iniciou-se no ano de 1908 re a empresa contratada foi a Brazil Railway Company, que era comandada por Percival Farquhar e cujo engenheiro responsável pela obra foi Achiles Stenghel. O término do trabalho no Estado de Santa Catarina ocorreu em novembro de 1911. Uma reportagem veiculada no jornal “Vanguarda”, de Campos Novos, revela que:
Não menos digno de notas é o fato da próxima passagem da Estrada de Ferro São Paulo – Rio Grande do Sul por este Município.
O benefício já está fazendo sentir, além do movimento de trabalhadores e atividades que já se nota, a princípio, no nosso pequeno meio comercial, aparelhar-nos em futuro remoto apareceremos com grandes cópias de produtos que produzimos.
Sabido como é que o colono não dispõe de recursos, sofre privações de toda sorte até a primeira colheita.
Para amenizar a situação, ele poderá achar trabalho remunerado durante a construção quando os trabalhos de sua colônia permitir uma ausência temporária, ou quando puder deixar em casa alguém.
A partir do segundo ano, os seus produtos agrícolas, devidos à construção, ele os venderá em casa, sem ter a necessidade de oferece-los aos negociantes e vende-los por preço abaixo do mercado como hoje se pratica.
No terceiro ano, com a inauguração da estrada de ferro, o colono laborioso não terras mais dúvida do futuro; saberá que as terras lhe garantem à sua família a sobrevivência e um pecúlio na velhice, trabalhará com prazer porque diante de seus olhos a recompensa verá, pois por onde exportar, e, não somente os seus produtos com as lindas madeiras que existem às margens do Rio do Peixe; e também, os majestosos pinheiros que habitam o planalto, além de outros artigos que haja sem valor desprezados.
Percebe-se que a crônica teve o cuidado de dar uma visão sobre as possibilidades econômicas, porém não se esqueceu de citar as dificuldades na comercialização dos produtos, e, finalizando, cientificou a importância da estrada de ferro na conjuntura econômica regional.
Obs: Na próxima edição, Primeiro Capítulo – a origem do nome.
Fonte: Capinzal – jóias desta terra e desta gente
Aldo Azevedo / jornalista de formação
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