Projeto Bom de Bola

Desde sua primeira participação no Projeto Bom de Bola, há seis anos, o professor e árbitro Luiz Antônio Lovatel vem colecionando amigos e boas lembranças. Nesse tempo, ele já apitou duas finais estaduais, em 2003 e em 2005, e fortaleceu seu otimismo sobre o papel social do esporte. Que tal conhecer um pouco mais essa grande personagem do Projeto?

Assim como a maioria dos árbitros, Luiz Antônio Lovatel já jogou bola e já sonhou em ser atleta profissional. Antes de vestir o uniforme preto, ele teve até seus momentos de glória no futebol. Por muitos anos, foi goleiro amador nos ?bons times? de Joaçaba.

Chegou a jogar inclusive contra os times profissionais do Grêmio e do Santos, que há alguns anos costumavam fazer excursões pelas cidades do interior. Foi contra o Santos que o goleirão Lovatel viveu seu momento de glória. Defendeu uma cobrança de falta de ninguém menos que Sócrates, capitão do Brasil na Copa de 82. ?Fiquei todo faceiro?, lembra.

?Aposentadoria? precoce

Os bons tempos embaixo das traves, no entanto, acabaram mais cedo que o previsto, por causa de um ombro deslocado. Com medo de operar o ombro e para ?não ficar barrigudo?, Lovatel decidiu virar árbitro de futebol.

Era a saída ideal para continuar fazendo amigos através do esporte e também manter uma atividade física. Graças à arbitragem, hoje em dia, aos 41 anos, ele tem pique para correr até duas partidas seguidas. ?Estou velho, mas ainda corro bem?, brinca.

Filiado à federação de futebol desde 1993, Lovatel deu seus primeiros passos no Bom de Bola há seis anos, depois de receber convite dos coordenadores do Projeto. Desde então, ele se considera um apaixonado pela iniciativa. ?Há tantas empresas grandes que não dão valor à juventude. A Parati decidiu incentivar essa piazada?, ressalta.

Além participar do Bom de Bola, Lovatel apita também partidas de campeonatos amadores e dá aulas em escolas municipais. Respirando futebol o dia todo, ele destaca a formação social como o papel mais importante do esporte na vida da garotada. ?Eles ficam dentro do ginásio o dia todo, não têm tempo de fazer bagunça lá fora?.

Fora dos campos e ginásios, Lovatel encontra tempo ainda para fazer uns bicos como segurança. Apesar de lembrar sempre que ?árbitro e segurança são duas profissões nada fáceis?, ele tira as duas de letra. Tanto apartando os brigões nas festas, quanto os nervosinhos em campo, ele não perde a frieza e a educação. ?A gente se diverte e sempre conhece pessoas novas?, conta.