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Transtornos Alimentares

Adriana Zílio/ Psicóloga

        Hoje se fala muito sobre transtornos alimentares. Apenas nos últimos dois anos, a incidência de problemas comportamentais relacionados à alimentação praticamente dobrou. Os transtornos de alimentação são definidos como severas perturbações no comportamento alimentar. Suas principais formas de manifestação são: transtorno da compulsão alimentar periódica, a bulimia nervosa e a anorexia nervosa. Esses são os mais típicos e os mais importantes.

       O transtorno da compulsão alimentar periódica, por exemplo, é caracterizado por episódios recorrentes de compulsões alimentares e os critérios são: ingestão, num período dado de tempo (2 horas), de uma quantidade significativamente maior de alimentos do que a maioria das pessoas consumiria no mesmo tempo e em situações similares. Não há controle sobre o que e o quanto está sendo comido. Para caracterizar o quadro, devem ser observados outros critérios diagnósticos, como comer muito mais rápido do que o normal, secretamente, ingerir grandes quantidades de comida mesmo não estando faminto, comer sozinho e sentir repulsa por si mesmo ou culpa. Do ponto de vista emocional, esse tipo de comportamento pode proporcionar depressão ou culpa por comer demais. Mas, como essas ocorrências são episódicas, é preciso observar uma certa freqüência para definir o transtorno como tal. Esses episódios devem ocorrer pelo menos dois dias por semana, durante aproximadamente seis meses.

       A bulimia se caracteriza por episódios recorrentes de compulsão periódica. Em princípio, poderia ser encarada como se fosse o transtorno da compulsão alimentar periódica. Mas na compulsão alimentar periódica tem que existir um sentimento de perda de controle. Já na bulimia, o recurso do comportamento compensatório é recorrente, para evitar o ganho de peso. Sempre de forma inadequada, como a auto-indução ao vômito, o uso abusivo de laxantes ou de diuréticos, ou enemas (lavagem intestinal), procurando diminuir o excesso de alimento no organismo. O jejum prolongado ou a prática excessiva de exercícios físicos também são comuns.

      Na anorexia nervosa existe uma recusa em aumentar o peso corporal em nível igual ao acima do adequado para sua altura e constituição física. Do ponto de vista psicológico, o anorético tem um medo mórbido de se tornar gordo, mesmo estando com o peso abaixo do normal. Existe também perturbação no modo de vivenciar o peso e a imagem corporal. A dificuldade em diagnosticar a anorexia é que a anorexia também desencadeia outras doenças e debilidades físicas, como infecções, cefaléias, ressecamento da pele, apatia, debilidade, choro fácil, humor depressivo e até ameaças de suicídio.

       O comportamento alimentar é uma coisa muito séria, e comer dá prazer. Se alguém deixa de sentir prazer com isso, alguma coisa deve estar errada. Se o prazer de comer está ligado à culpa, isso também é preocupante. Ter corpo esbelto também dá prazer, mas a busca disso não deveria eliminar os prazeres da vida. E tudo, para ser prazeroso, precisa acontecer dentro de limites. Perder os limites é perder o compromisso e a responsabilidade consigo próprio. E isso é muito sério.

 

Adriana Zílio/ Psicóloga  CRP 12/03086

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