PRIMEIRA SEMANA PEDAGÓGICA MATER DOLORUM EDUCANDO SONHOS
O ALUNO NÃO PROCURA A ESCOLA COM O INTUITO DE APRENDER, E SIM, POR UMA OBRIGATORIEDADE QUE SEU PAI IMPÕE NUM SENSO SOCIAL A SER SEGUIDO (CELSO ANTUNES)
PRIMEIRA SEMANA PEDAGÓGICA MATER DOLORUM “EDUCANDO SONHOS” SUPERA EXPECTATIVA DE PÚBLICO E DE CONHECIMENTO
O PROFESSOR SE PRECISO FOR DEVE APRENDER A BURLAR OS BUROCRATAS PARA PODER ACABAR COM A GRADE CURRICULAR, POIS A EDUCAÇÃO TEM OBRIGAÇÃO NA FORMAÇÃO DAS CRIANÇAS E DOS ADOLESCENTES, JAMAIS COM A BUROCRACIA DESNECESSÁRIA. OS PIORES INIMIGOS DA EDUCAÇÃO: SÃO CERTOS PAIS (RUBEM ALVES)
A Escola de Educação Básica Mater Dolorum no período de 13 a 17 de junho realizou sua primeira Semana Pedagógica abrangendo Capinzal e toda a região. Na segunda-feira a abertura do evento foi feita pelo palestrante Celso Antunes (tema: Novas maneiras de ensinar, novas formas de aprender) e na quinta-feira, proferiu palestra Rubem Alves (tema: Por uma educação romântica).
A Semana Pedagógica teve o apoio da Secretaria de Desenvolvimento Regional – SDR de Joaçaba e da Gerência Regional de Educação – Gered também de Joaçaba, Prefeituras de Capinzal – Ouro e Zortéa, Unoesc Campus Aproximado de Capinzal. Municípios participantes: Capinzal, Água Doce, Anita Garibaldi, Celso Ramos, Catanduvas, Concórdia, Herval d’Oeste, Ipira, Jaborá, Joaçaba, Lacerdópolis, Luzerna, Monte Carlo, Peritiba, Piratuba, Ouro, Presidente Castelo Branco, Vargem, Videira e Zortéa.
A Semana Pedagógica foi um momento de reflexão do processo educativo que necessita de um encaminhamento, permitindo mudanças de atitudes que levem ao grau de saberes, propiciem o cultivo dos sonhos e empenho em realizá-los. Desta maneira é preciso ter um olhar pedagógico, na ótica de Rubens Alves: “Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são pássaros em voo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o voo, isso elas não podem fazer, porque o voo já nasce dentro dos pássaros. O voo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado”.
Celso Antunes nascido em São Paulo, 1937, tem a formação: Bacharelado e licenciatura em geografia pela Universidade de São Paulo, em 1962; especialista em inteligência e cognição - Universidade de São Paulo, 1968; mestre em ciências humanas, Universidade de São Paulo, 1969. Sua atuação: Membro da Associação Internacional pelos Direitos da Criança Brincar (Unesco); Embajador de La Educacion – Organización de Estados Americanos; Exército brasileiro – colaborador Emérito; Sócio fundador do Todos pela Educação - Sociedade Civil que reúne lideranças sociais, representantes da iniciativa privada e educadores. Produção intelectual: Autor de mais de 180 livros didáticos – ed. do brasil, ed. scipione. ed ao livro técnico e outras; Autor de cerca de 60 livros sobre temas de educação – ed. vozes. ed. papirus. ed. artmed. ed. ciranda cultural e outras; Obras traduzidas: Argentina, México, Peru, Colômbia, Espanha, Portugal e outros países. Palestras e cursos: Ministrou palestras e cursos em todos os estados do país, mais de 500 municípios; Ministrou palestras e cursos na Argentina, Uruguai, Peru, México e outros países.
“... o professor expositor é um transmissor de informações e o professor que trabalha com jogos, transforma as informações em conhecimento, sendo um “personal trainer” de inteligências, habilidades e competências...” (Celso Antunes)
No site www.celsoantunes.com.br estão postados temas de palestras. O tema em Capinzal foi “Novas maneiras de ensinar, novas formas de aprender”, quando procurou orientar como pode se comportar o professor nos novos tempos, pois os alunos convivem com a Internet, sendo eles diferentes dos educandos de outros tempos. A orientação é de postura, condução da aula, repasse de conteúdos e como avaliar. O aluno pela própria imaturidade não se interessa quando não tem um professor que saiba animar, despertar curiosidade, acender o desejo de criatividade que o docente tem. O aluno não procura a escola com o intuito de aprender, e sim por uma obrigatoriedade que seus país impõe num senso social a ser seguido. Então cabe a esse professor abrir o interesse, despertar a sua vontade e acordar nele o sentimento de “fome” de aprender. É isso que se exige do professor, uma habilidade muito específica e um preparo muito cuidadoso.
Para Antunes a Educação tem duas finalidades, ou seja, dois grandes vieses. Um deles é o de transmitir para as novas gerações os conhecimentos acumulados pelas gerações anteriores, sabendo inserir um jovem a fazer uma leitura do mundo. E a segunda finalidade: Educação é desenvolver valores, é aprimorar sentimentos, é dar condições de qualidade de vida superior. “Em linhas gerais, estes são os termos que definem a qualidade da educação”, finalizou Antunes.
Rubem Alves tem a seguinte FORMAÇÃO ACADÊMICA: Bacharel em Teologia, Seminário Presbiteriano de Campinas, 1957. Mestre em Teologia, Union Theological Seminary, NY, USA, 1964. Doutor em Filosofia ( Ph.D.), Princeton Theological Seminary, Princeton, NJ, USA, 1968. Psicanalista pela Associação Brasileira de Psicanálise de São Paulo. CARREIRA ACADÊMICA: Professor Regente da Cadeira de "Filosofia Social", na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, Rio Claro, SP (1969). Contratado como Professor Titular de Filosofia do IFCH, UNICAMP ( 1974). Concurso de Professor Livre Docente, IFCH, UNICAMP, 1979. Concurso de Professor Adjunto, Faculdade de Educação, UNICAMP, 1980. HONRARIAS: Membro da Academia Campinense de Letras. Conferencista da "Nobel Foundation", 1979: " The Quest for Peace". Tema do programa " Gente que Faz", Bamerindus, Rede Globo, 10.09.94. Professor Emérito: UNICAMP. Cidadão Honorário da cidade de Campinas. Medalha "Carlos Gomes" de contribuição à cultura.
Ostra feliz não faz pérolas. Isso vale para as ostras, e vale para nós, seres humanos. As pessoas que se imaginam felizes simplesmente se dedicam a gozar a vida. E fazem bem. Mas as pessoas que sofrem, elas têm de produzir pérolas para poder viver. Assim é a vida dos artistas, dos educadores, dos profetas. Sofrimento que faz pérola não precisa ser sofrimento físico. Raramente é sofrimento físico. Na maioria das vezes são dores da alma. Rubem Alves
Segundo Rubem o professor que sabe a matéria e aplica está condenado a desaparecer, até porque o ensinamento encontra-se postado na Internet, e sim, precisa de outro tipo de educador. Não basta ser um professor que já achou a matéria, e sim, é necessário o docente que ensina a achar o material de aprendizagem, pois entende Ele que educar não é dar respostas, mas saber fazer perguntas. “Eu acho que os piores inimigos da educação são os pais, pois estes não sabem o que é educação, os quais procuram colocar seus filhos numa escola forte para poderem passar no vestibular, porém, depois praticamente nada guardam de conhecimento de todos os anos que passaram na escola. Então o que sobrou? O fichamento e a análise sintática não servem para nada, pois esse sistema adotado faz com que as pessoas esqueçam o ensinamento. “O que faz diferente é ler, ler, ler e jamais o professor ler para a gente ouvir, pois a maioria não sabe ler. O professor medíocre para poder garantir a presença do aluno em sala de aula, obrigado a comparecer, porém, o discente detesta a disciplina. Da mesma forma o aluno deve ter nota para passar de ano, então é dado fichamento e análise sintática para poder ser aprovado”. Isto abordou para poder chegar na literatura, onde deveria ser aprovação pela satisfação e obtenção de conhecimento através da leitura.
Muito bem se expressou Rubem ao dizer que a gente não aprende a ler na escola, e sim, aprendemos a ajuntar letras. Quanto ao ensinamento, não deveria ter nota para a literatura, pois a mesma vale pelo prazer que ela causa. Para Rubem a disciplina não é brinquedo, mas algo de militar. “Maldita seja a grade curricular, pois não entendo por que os professores deixam de gritar, diante de um conhecimento engradado”, chamou os educadores para a realidade educacional. Segundo Ele, quem inventou a grade curricular foi um carcereiro desempregado. “Gente vocês são inteligentes, parem e se for preciso aprendam a burlar os burocratas, pois a educação tem obrigação na formação das crianças e dos adolescentes, jamais com a burocracia desnecessária”, finalizou Rubem.
Em uma de suas reflexões descreve: “Amo a minha vocação, que é escrever. Literatura é uma vocação bela e fraca. O escritor tem amor, mas não tem poder”. Certamente, essa mensagem de Rubem é sinal de MORDAÇA ao escritor e também para certa imprensa propriamente dita e com o compromisso com a verdade, atuando como porta-voz da sociedade.
Celso Antunes (tema: Novas maneiras de ensinar, novas formas de aprender).
Rubem Alves (tema: Por uma educação romântica).
Professores em busca de conhecimento e de maior qualificação profissional nas palestras ministradas no Centro Educacional Prefeito Celso Farina, numa promoção da EEB Mater Dolorum, que oferece Ensino Fundamental do 1º ao 9º ano, Ensino Médio regular e profissionalizante (Magistério) e Educação Especial, sendo 62 anos de histórias deste educandário.
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