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Os Porquês do Ciúme

Adriana Zilio - Psicóloga

        Contrariando o senso comum, o sentimento não é prova de amor, mas de desequilíbrio emocionais. Quem verdadeiramente ama e quer bem, cuida para que a pessoa amada sinta-se acolhida, querida e respeitada. Esse é um sentimento de alteridade, isto é, voltado para o outro e não para si mesmo. Mas, analisando mais detalhadamente, podemos perceber que o ciúme não é um sentimento voltado para o outro, mas para si próprio, egocentrado, pois se define como possessividade e medo de perder o outro ou a exclusividade sobre ele. O ciúme é um sentimento doloroso e cruel, que leva ao sofrimento tanto quem o sente quanto quem é vítima do ciumento.

 

        O mais comum é alguém se sentir enciumado em situações eventuais, nas quais, de alguma forma, se perceba excluído ou ameaçado de exclusão na relação com o outro. Nesses casos, pode haver uma reação emocional mais ou menos intensa, mas existe de fato um agente ameaçador para a relação. Quando existe um grau maior de comprometimento emocional, ou seja, a constituição de um transtorno de instabilidade neurótica, a pessoa pode apresentar-se como ciumenta. Neste caso, a sensação permanente de angústia e de instabilidade, a insegurança em relação a si mesmo e ao outro, além da fragilidade da relação afetiva, podem levar a um constante ?estado de tensão?, em que a pessoa teme o tempo todo ser traída ou abandonada.

 

            Também podem ocorrer situações delirantes, nas quais a desconfiança do ciumento cede lugar a uma ?certeza? infundida de que está mesmo sendo traído ou abandonado. Esse pensamento delirante muitas vezes toma conta de todo o psiquismo e atinge níveis insuportáveis de tensão interna.

 

            Para a pessoa supostamente saudável, sentir-se enciumado leva a um questionamento sobre o sentimento e é possível dialogar com o outro a respeito. Já o ciumento ? que pode até não ter muita ciência de sua postura ? permanece em vigília o tempo todo, tenso, aflito, sempre procurando confirmar as suspeitas. Suas reações no dia-a-dia são geralmente agressivas, acusadoras e desconfiadas, causando mal-estar na relação.

 

            O terceiro tipo, chamado ciúme patológico, pode levar a pessoa a cometer atos de extrema agressividade física. Enquanto os casos mais brandos de ciúme podem ser uma manifestação de má estruturação da auto-estima e os intermediários refletem estados neuróticos, os casos patológicos são, indiscutivelmente, causados por patologias psiquiátricas graves, psicoses ou outros problemas neuropsiquiátricos, como os diversos tipos de disritmia cerebral descritas na medicina.

 

 

Adriana Zilio Psicóloga CRP 12/03086

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