logo RCN

Lendo com você - 041

Ana Schirley Favero

Li esta reportagem e dou de presente para você.

            Em todo Brasil, a preocupação com a AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) é grande. Todavia, quem deve tomar as precauções maiores são as próprias pessoas. De nada vale  o Ministério da Saúde, os médicos e as Instituições Não Governamentais estarem envolvidas nas Campanhas de Combate à AIDS, se o próprio indivíduo não tiver para com ele  respeito e grande amor.

            As Campanhas começam dentro de você. É pela conscientização. E isto implica em mudanças de atitudes.  Comece a se amar. Zele pela sua saúde, o bem mais precioso dessa vida.

            LEIA, REFLITA  e  MUDE  DE  ATITUDES.

 

            HIV  SE  ALASTRA  ENTRE   ADOLESCENTES

 

            O índice de jovens com o vírus da AIDS vem crescendo nos últimos anos.

 

            Imaginem a cena: no filme ROMEU e JULIETA, do diretor Baz Luhrmannn, os atores Leonardo DiCaprio e Claire Danes, que interpretam os papéis principais, vivem um romance arrebatador. Trocam carícias e beijos ardentes e,quando a excitação está no auge, colocam camisinha. Essa cena  de amor nunca aparece na tela do cinema. Mas, supondo que na tragédia de Shakespeare em versão modernizada a paixão dos dois personagens sobrevivesse à intolerância  entre suas famílias, será que, se o Romeu moderno estivesse com o HIV, vírus da Aids, o amor adolescente de Julieta seria suficiente para protegê-la de pegar a doença? As estatísticas mostram que não.

            Não foi por acaso que a Organização Mundial da Saúde (OMS) escolheu como tema deste ano do Dia Mundial da AIDS, em 1º de dezembro: JOVEM: A FORÇA PARA MUDANÇA.

            A campanha tem o reforço da Unaids,braço das Nações Unidas para a Aids. A OMS calcula que pelo menos um terço das cerca de 30 milhões de pessoas que vivem atualmente com o vírus HIV tem entre 10 e 24 anos. Um levantamento da Secretaria da Saúde e do Meio Ambiente do Rio Grande do Sul do primeiro semestre deste ano indica que também no Estado há um crescimento do número de adolescentes com a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida(AIDS) na faixa entre 15 e 19 anos. Mais do que isso: as garotas estão se igualando e até ultrapassando os rapazes em infecções nessa idade. Foram registrados 17 novos casos entre as mulheres e 13 em rapazes. Uma diferença e tanto em relação ao ano passado: durante todo 1997, foram 19 casos entre mulheres e 31 entre homens.

            Vários fatores podem explicar por que as adolescentes estão aparecendo mais nas estatísticas. Uma razão é física: a região da mucosa que fica em contato com o vírus é mais extensa nas mulheres do que nos homens, e o tempo de exposição é maior, porque a mulher retém o sêmen depois da relação.

            Além disso, o diagnóstico de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) no sexo feminino é mais difícil porque os órgãos sexuais são internos e os sintomas, como feridas, não são visíveis. As DSTs são uma das portas de entrada para o HIV.

            Existe também um fator cultural. O psicoterapeuta Jorge Béria lembra que os pais costumam estimular os filhos homens a manter relações sexuais e falam mais de Aids com eles do que com as filhas. Com as meninas, conversam sobre gravidez, virgindade e menstruação. O resultado é preocupante. Sem orientação adequada, além de engravidarem muito cedo, as jovens estão dando à luz bebês infectados com o HIV.

            No Centro Municipal de DST/Aids de Porto Alegre, o ginecologista Regis Kreitchmann acompanha atualmente 90 grávidas portadoras do vírus da Aids. Destas, 20 são adolescentes. A chance de transmissão do vírus da mãe para a criança pode ser diminuída para menos de 8% se a gestante começar a usar o AZT precocemente. Incluir o teste do HIV durante o pré-natal poderia prevenir a propagação da doença.

            O uso  compartilhado de seringas contaminadas entre usuários de drogas injetáveis é outro meio comum de infecção. Os jovens não hesitam em reutilizar uma seringa encontrada no chão se não tiverem outra disponível, constata a psicóloga Rosa Mayer, assistente de Coordenação do Projeto de Redução de Danos na capital. O projeto prevê a troca de seringas usadas por esterilizadas para diminuir os riscos de programas de Aids do estado .O município tem um projeto de formação de multiplicadores entre professores. Mas ainda faltam serviços específicos para tratar e apoiar a população jovem com Aids. E, sobretudo, diálogo entre pais, professores e adolescentes.

            Só a informação não basta. Os jovens têm de assumir a responsabilidade pela própria vida e pela dos outros- diz a pediatra  Geralda Rigotti, da Secretaria da Saúde e do Meio Ambiente do Rio Grande do Sul.

            O desafio da nova geração é evitar doenças, sem abdicar do romantismo, da magia e da paixão.

                                                Clarinha Glock, Zero Hora, 06/11/98.

 

            Jovens, tomem sempre muita cautela antes de agir. Pensem nas possíveis conseqüências de suas atitudes precipitadas.

            Nós pais só queremos a felicidade dos filhos.

 

            Com carinho- Profª Ana Schirley Favero

 

Anterior

Em busca de Limites

Próximo

Festival de Dança Mater Dolorum

Deixe seu comentário