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Lendo com Você ? 031

Ana Schirley Favero.

Capinzal é terra-mãe de muita gente que faz história.Eu não posso deixá-la no anonimato. Foi minha aluna exemplar. Já na década de 70, esta pessoa era uma grande leitora. E no que deu? Nasceu uma  escritora.

            Estou falando de Claudete Amália Segalin de Andrade. Filha de Carlos Segalin e de Ilda Dambrós Segalin.

            Cursou o 1° e 2º graus, aqui em Capinzal,no Colégio ?Mater Dolorum?, dirigido, na época, pelas religiosas Irmãs Servas de Maria Reparadora, onde fui sua professora de língua portuguesa.

            Hoje, ela é professora de língua portuguesa do ensino fundamental e médio do Colégio de Aplicação da Universidade de Santa Catarina, desde 1984. Formada em Letras. obteve o título de mestre em Literatura Brasileira por essa Universidade, em 1982.

            A leitura constitui sua preocupação maior no trabalho docente, tanto que a levou à produção da tese com a qual obteve o título de doutor em Teoria Literária pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, em 2001, e que deu origem a esta publicação:

                                           ? Dez livros e uma vaga

                                  A leitura de literatura no vestibular?

                                              Editora da UFSC.

 

            Afirma a escritora Claudete que parte dessa produção se refere a reflexões sobre as dificuldades que a escola vem encontrando no sentido de motivar o estudante para a leitura e assim formar leitores. Nesse contexto, insere-se a redação, cujo objetivo é recuperar a defasagem da expressão escrita.

 

            Leiamos juntos o que a escritora Regina Zilberman escreveu, ao fazer a apresentação do livro da escritora e professora Claudete Amália Segalin de Andrade:

  

                        ESTIMULANDO A REFLEXÃO E A DISCUSSÃO

            O desejo de encontrar respostas a um questionamento muito pessoal levou  Claudete Amália Segalin de Andrade a buscar um curso de doutoramento. Professora atuando no ensino médio, tendo entre seus alunos futuros vestibulandos, estava profundamente interessada em saber se a introdução de leituras obrigatórias  nos programas de acesso à universidade tinha ou não ajudado a difundir a literatura e a formar leitores.

            Assim, a futura doutora talvez não estivesse tão preocupada em conquistar um título, e sim em solucionar um problema que afetava sua vida profissional. O problema, por sua vez, situa-se no centro de quem faz do ensino da literatura seu principal ofício. Afinal, é preciso saber se, enquanto professores encarregados de dar a conhecer o texto literário, transformamos nossos alunos em leitores tão competentes quanto amantes da literatura.

            Acontece que os estudantes do ensino médio não têm pela frente tão-somente uma lista de livros cuja leitura tornou-se compulsória. Eles precisam definir seu próprio futuro profissional, que depende de enfrentarem ou não a seleção imposta pela universidade- o vestibular, fantasma a assombrar boa parte da juventude brasileira.

            Dessa triangulação, formada pelo professor de ensino médio, a lista de livros e os estudantes, colocados todos perante o desafio representado pelo vestibular, constrói-se a pesquisa levada a cabo por Claudete Amália segalin de Andrade.

            Examinam-se então a história desse exame, matéria ainda pouco abordada por estudiosos brasileiros, as obras anualmente escolhidas pela Universidade federal de Santa Catarina, a reação dos professores, o efeito sobre os alunos.

             O resultado é original e instigante: descobre-se a singularidade das provas de acesso ao ensino superior, bem como a dimensão que vão tomando no contexto da modernização acelerada que o país experimentou a partir do anos 60 do século XX;  define-se o perfil das obras cobradas pelos responsáveis pela elaboração dos exames; evidencia-se a perplexidade dos docentes, nem sempre devidamente preparados para dar conta de uma tarefa entendida como suplementar; contabiliza-se o conhecimento literário dos alunos, distante muitas vezes da expectativa formulada pela própria universidade.

            As listas anuais de livros a serem lidos pelos vestibulandos aparecem, num primeiro momento, na condição de obstáculo a superar por alunos e professores. Mas representam também a possibilidade de se arregimentarem leitores de literatura, conforme sugere a conclusão do estudo.

            Esse, portanto, faz seu leitor pensar e se posicionar, seja ele estudante, professor do ensino médio, teórico da literatura, crítico literário ou membro do staff da universidade, encarregado da elaboração das provas.

            Em algum desses lugares, estamos nós, que nos preocupamos com a formação de leitores, melhoria da qualidade de ensino, capacitação de docentes e concretização dos princípios que norteiam o funcionamento da universidade. A todos nós, o estudo de Claudete Amália Segalin de Andrade oferece subsídios fundamentais  para uma reflexão consciente e realista relativamente aos rumos da educação em todos os seus níveis.

                                                                         ( Regina Zilberman)

 

                        Claudete, parabéns pelo livro editado. O assunto merece nossa luta.

 

                        Com respeito e carinho- Profª  Ana Schirley Favero. 

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