Nosso pensamento e imaginação não tem limites...

Quando você senta e começa a pensar, principalmente para resolver algum problema você constrói diversas realidades na sua mente, você viaja...
E muitas vezes é essa capacidade de imaginar e sair da realidade que nos alivia o sofrimento do lugar onde estamos.
E essa viagem as vezes recebe o nome de esperança e fé em dias melhores... E assim suportamos a dor do momento...
Um filósofo alemão chamado Feuerbach na sua obra "A Filosofia cristã" nos ajuda a entender que nessa capacidade infinita de imaginar, entramos num paradoxo, porque somos finitos. Ou seja, imaginamos, mas não saímos do lugar, da nossa finitude e materialidade...
É assim que precisamos criar um outro lado de nós, e assim, segundo ele, criamos a ideia de um ser superior ou as divindades em geral...
Na nossa finitude somos imperfeitos mas imaginamos e almejamos a perfeição; somos maus mas imaginamos uma bondade perfeita, somos injustos e imaginamos uma justiça perfeita... E a esta imaginação das coisas perfeitas, segundo o filósofo, damos o nome de "deus", "deuses"...
Precisamos de uma referência, de uma utopia para ultrapassarmos os limites e a angústia de nossa finitude...
A oração e a fé nada mais são do que instrumentos para suportar e enfrentar as limitações e dificuldades da vida neste mundo limitado que nos encontramos...
Isso explica porque muitas pessoas as vezes trocam as orações e a igreja por uma cervejinha.
Não se assuste com o que eu vou falar, mas antropologicamente, tanto o álcool e a oração, no momento da angustia e da dor produzem o mesmo efeito para o ser humano. A diferença está no fato de que o álcool faz mal a saúde e a oração não.
É assim que surgem as religiões, segundo alguns pesquisadores... A ideia de céu, paraíso, ressurreição surge para confortar o ser humano da sua dor da perda e do sofrimento.
Não há nada mais confortante para você dizer a alguém que perdeu uma pessoa querida, de que logo se encontrarão novamente... O que é isso? Nada mais do que um conforto para passar aquele momento de dor...
É diante dessa análise antropológica de Feuerbach que ele diz: " O homem criou "Deus" e não o contrário".

Abraços
Evandro Guindani

Prof. Evandro Ricardo Guindani
Universidade Federal do Pampa - Unipampa
São Borja-RS